Islândia cortará laços com a Rússia por conta de lei homofóbica

O prefeito de Reykjavik, Jón Gnarr, declarou que não quer continuar compartilhando laços políticos e culturais com Moscou, depois que o presidente Vladimir Putin assinou um projeto de lei que proíbe toda e qualquer "propaganda LGBT".

Gnarr disse que deseja revisar, ou romper, relações políticas e culturais da cidade com Moscou formalmente.

Embora a União Europeia já tenha se pronunciado contra a lei russa, o corte formal de laços poderia ser a primeira consequência internacional, real e negativa, dirigida ao país que pretende multar e prender qualquer protesto gay.

De acordo com o contrato entre as capitais, Reykjavik e Moscou, elaborado em 2007, as cidades estariam cooperando em questões familiares.

Entretanto, agora numa declaração do conselho da cidade de Reykjavik pode-se ler: "À luz dos desenvolvimentos relativos aos assuntos de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais, que têm ocorrido na Rússia ao longo dos últimos meses, o Promotor, o Escritório de Direitos Humanos do Gabinete do Prefeito de Reykjavík e o Diretor Administrativo da Cidade, propõem alterações ou a rescisão do acordo de colaboração entre Reykjavík e Moscou, em cooperação com o Ministério dos Negócios Estrangeiros."

No mês passado, Gnarr enviou uma mensagem ao seu colega em Moscou, pedindo-lhe para incentivar as autoridades a não proibir as Paradas de Orgulho Gay. O prefeito, que é um forte aliado da comunidade LGBT da Islândia, apoiou a "National Queer Organization" em seus protestos contra as leis anti-homossexuais da Rússia.

Em 2010, Gnarr, esse ex punk, comediante e ator, nascido em 02 de janeiro de 1967, causou alvoroço em todo o país quando apareceu na Parada de Orgulho Gay em Reykjavik, vestido como uma Drag Queen e agitando uma bandeira do arco-íris. Na época, assumindo o personagem, Gnarr disse para a multidão: "o prefeito, infelizmente não conseguiu comparecer". Detalhe, Gnarr é heterossexual, casado e pai de cinco filhos. 


Vale lembrar também que, em 2009, a Islândia tornou-se o primeiro país com um chefe de Estado abertamente homossexual, quando Johanna Sigurdardottir assumiu o cargo de premiê.

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