Ser portador do vírus HIV - causador da AIDS -, aumenta o risco de ataque cardíaco em 50%. É o que aponta uma pesquisa publicada esta segunda-feira (4) no "Archives of Internal Medicine", publicação do periódico "Journal of the American Medical Association" (Jama), e que confirma descobertas anteriores. Foram acompanhados 82.459 adultos americanos, a maioria homens.
O estudo realizado pelo Dr. Matthew Freiberg, da Escola de Medicina da Universidade de Pittsburgh, Pensilvânia (EUA), acompanhou os participantes durante quase seis anos, durante os quais, cerca de 900 dos participantes tiveram um ataque do coração, destes 176 foram fatais.
Na maioria homens, com idades entre 40 e 49 anos, a taxa de infarto do miocárdio foi de 2 por mil em pacientes portadores do HIV, em comparação com 1,5 por mil entre os soronegativos. No grupo etário de 50 a 59, a taxa foi de 3,9 por mil para os positivos e 2,2 por mil entre os soronegativos. Para o grupo etário de 60-69 anos, a proporção foi de 5 por mil para positivos, em comparação com 3,3 por mil no grupo não foi infectado.
"Em três grupos etários, a frequência média de infartos sempre foi muito maior em indivíduos soropositivos em comparação com os que não foram infectadas com o HIV", concluem os autores do estudo. "É um quadro complicado", disse Matthew Freiberg, que liderou o estudo. "Nós ainda estamos tentando entender os mecanismos."
Levando em conta a existência de outras doenças, o consumo de fumo e álcool, e outros fatores de risco, tais como pressão arterial elevada e colesterol, no estudo indivíduos HIV-positivos apresentaram um risco 50% maior do que o soronegativos, concluem os pesquisadores.
Vários estudos têm demonstrado que a ativação crônica do sistema imunológico, por conta do HIV, aliada a terapia antirretroviral, pareceu implicar num elevado grau de inflamação que irá acelerar o envelhecimento e tornar o organismo mais susceptível à doenças relacionadas com a idade.
Um outro estudo publicado pelo JAMA, em Julho de 2012, revelou que portadores do HIV têm mais que o dobro de chances de ter um ataque cardíaco ou um acidente vascular cerebral (AVC) do que o resto da população, o que pode estar relacionado à inflamação das artérias, segundo os autores dessa pesquisa.
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