Inglaterra: Câmara dos Comuns aprova, em primeira votação, o casamento igualitário


Em votação histórica, depois de intenso debate, a Câmara dos Comuns aprovou, em primeira votação, por 400 votos a favor e 175 contra, o projeto de lei que autoriza o casamento entre pessoas do mesmo sexo na Inglaterra e no País de Gales. Um triunfo pessoal para o primeiro-ministro conservador britânico, David Cameron. A iniciativa causou polêmica e rachou o partido, onde quase metade de seus deputados votou contra o projeto: os primeiros relatórios falam em 140 votos contra e 132 a favor. O texto ainda precisa passar por comissões antes de ser analisado pela Câmara dos Lordes e depois voltar para a Câmara dos Comuns para votação final, o que deve acontecer em algumas semanas.

Foram quase sete horas de debate à boa maneira britânica, com discursos inflamados e trocas de acusações constantes. Pouco antes da votação, David Cameron afirmou que o casamento entre pessoas do mesmo sexo constitui "um passo em frente" e vai tornar a sociedade britânica "mais forte". "O dia de hoje é muito importante. Eu acredito no casamento. Ajuda as pessoas a dedicarem-se uma à outra e acho que os gays também devem poder casar-se", declarou o primeiro-ministro conservador.

Tem sido um longo caminho desde que a coalizão entre os conservadores e os liberais democratas anunciou seu compromisso de acabar com a discriminação contra o acesso de casais  do mesmo sexo ao casamento. Inicialmente, parecia que o processo seria adiado até o final da legislatura em 2015. 

Essa mudança era uma promessa de campanha dos liberais democratas, membros minoritários da coalizão de governo, e conta com o apoio da oposição trabalhista e da opinião pública no Reino Unido - que, desde 2005, permite as uniões civis entre pessoas do mesmo sexo (já vimos aqui que existem uma significativa diferença entre união civil e casamento civil). Há alguns dias, um grupo de líderes locais do partido enviou uma carta ao primeiro-ministro pedindo que a votação fosse adiada até a próxima legislatura. Isso não aconteceu: Cameron se manteve firme e trouxe o assunto à votação nesta terça-feira. 

Caso seja de fato aprovada nas duas Casas, a lei deve começar a valer em 2014.

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