HIV: Fumo diminui em até cinco vezes a expectativa de vida


Grande parte do aumento da expectativa de vida observada em pacientes HIV+ na última década - fora as drogas anti-retrovirais -, de acordo com um estudo feito na Dinamarca, pode ser atribuída a uma redução no hábito de fumar.

De acordo com Aidsmap, edição online da revista "Clinical Infectious Diseases", o fumo tem tido um impacto negativo maior sobre o prognóstico de pacientes HIV+ do que outros fatores relacionados ao HIV.

Na pesquisa feita com 2.921 adultos HIV+, os autores calcularam que os não fumante de 35 anos tinha uma expectativa de vida de 78 anos. Isso comparado com uma expectativa de vida de 69 para ex-fumantes e de apenas 63 para fumantes. O risco de morte relacionado ao HIV foi até cinco vezes maior para fumantes, em comparação com pacientes HIV+ que nunca fumaram. Pacientes HIV+ fumantes também tiveram um aumento do risco de mortalidade por qualquer causa, de até quatro vezes.

Estudos anteriores mostraram também que indivíduos HIV+ são mais susceptíveis ao tabagismo do que os seus pares soronegativos. Segundo a "British Heart Foundation", mais de um terço dos homens gays do Reino Unido são fumantes, em comparação com a média nacional, que é de 21%.

Os autores da pesquisa dinamarquesa acreditam que suas descobertas têm implicações importantes para os cuidados dos portadores do vírus HIV, mostrando a importância do apoio e aconselhamento no abandono do hábito de fumar.

Segundo o estudo: "A perda de anos de vida associados ao tabagismo foi maior do que a associada com o HIV". "Fumantes infectados pelo HIV, com engajamento de longo prazo no tratamento, perdem mais anos de vida para o tabagismo do que para o HIV." Doenças que são potencialmente relacionadas ao tabagismo, tais como doenças cardiovasculares e câncer, estão sendo vistas com maior frequência em pessoas que vivem com o vírus.

Comentários