AIDS: Gel microbicida promete neutralizar o vírus HIV


Uma equipe de pesquisadores de vários centros científicos baseados na França, criou um gel microbicida que seria capaz de neutralizar o vírus HIV (causador da AIDS). O gel atuaria como um chamariz que atrairia o vírus e depois o neutralizaria.

O novo produto, desenvolvido por cientistas da Comissão de Energia Atômica (CEA), do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS) e da Universidade de Paris, denominado "M48U1", demonstrou ser "muito eficaz" ao ser testado "in vitro" e em primatas. Os pesquisadores descobriram que o M48U1 inibe, de forma eficiente, o HIV em tecidos da mucosa do colo do útero e colorretal.

O gel contém uma classe de compostos químicos chamados peptídeos (biomoléculas formadas pela ligação de dois ou mais aminoácidos), que imitam o receptor do vírus da AIDS no organismo (CD4). Assim, quando o vírus se injeta no peptídeo para penetrar o sistema imunológico é destruído.

Após os primeiros testes "in vitro", os pesquisadores passaram para a testagem em animais. No experimento eles aplicaram o produto em primatas não humanos (PNH) do sexo feminino. Entre as 12 fêmeas utilizadas, metade foi tratada com gel à base de hidroxietilcelulose (controle), a outra metade recebeu o mesmo gel contendo 3 mg/g de M48U1, uma hora antes de serem expostas a altas doses de HIV. Todos os animais de controle foram infectados, já dos que receberam o M48U1, cinco conseguiram passar pelo procedimento sem serem infectados pelo vírus. O único animal infectado do segundo grupo, teve um pico viral com um atraso de uma semana.

Este tipo de tratamento, que visa reduzir os riscos de transmissão durante o ato sexual, está sendo desenvolvido em paralelo com a busca por uma vacina definitiva contra a doença, explicaram os três centros em um comunicado conjunto.

Os cientistas envolvidos neste trabalho, publicado na revista "PLoS Pathogens", consideram que os resultados fornecem uma "alternativa promissora de prevenção", mas ressaltaram que o estudo ainda está em uma fase de descoberta, além da necessidade de "se ir muito mais longe" para o alcance de uma aplicação concreta.

Segundo a UNAIDS (Agência das Nações Unidas contra a AIDS), 34,2 milhões de pessoas viviam com HIV no mundo em 2011, um recorde.

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