Por: John Rhayllander
Eu, "pseudo" militante LGBT e futuro professor me deparei com uma das situações mais difíceis da minha vida. Após sair do armário e escolher a faculdade que queria cursar, me vi diante da possibilidade de apresentar meu namorado à minha família. Sim, eu tenho um namorado e ele é mais velho que eu. Começamos a namorar no final de Abril e ele é uma das pessoas mais geniais e lindas que conheço.
Eu, "pseudo" militante LGBT e futuro professor me deparei com uma das situações mais difíceis da minha vida. Após sair do armário e escolher a faculdade que queria cursar, me vi diante da possibilidade de apresentar meu namorado à minha família. Sim, eu tenho um namorado e ele é mais velho que eu. Começamos a namorar no final de Abril e ele é uma das pessoas mais geniais e lindas que conheço.
Eu sai do armário aos 16, mas minha mãe (que mora comigo, ou eu moro com ela, não importa) nunca soube dos meus parceiros, que foram poucos nesses 2 anos. Nunca os mencionei por que nunca senti tanta necessidade de contar, não como agora, em que sinto medo pela primeira vez. Medo da desaprovação, medo de uma briga séria, medo de romper laços com minha família. Sim, eu romperia laços com minha família, sei que não seria permanente, uma hora ou outra eles voltariam a falar comigo ou eu com eles, e também sei que pra minha família, se eu não namorar uma mulher, talvez jamais terei aprovação, já me sinto rejeitado, só estou com medo de oficializar a coisa, medo de que se torne real a cena em minha cabeça.
Assumo em breve a relação mais séria que já tive: vou dividir minha vida com outra pessoa, cada segredo, cada espaço, cada tarefa diária, cada sorriso, cada fim de tarde. Vou ter de ser responsável e adulto, o que ainda me dá um leve frio na barriga, e confesso que não estou me saindo muito bem, mas estou indo (risos).
Esses ventos e tempos de transformação acompanham cada ser humano, mas duvido que o medo e a rejeição dos pais, em relação aos relacionamentos de seus filhos homossexuais, existam em relação aos relacionamentos dos filhos heterossexuais. Afinal, é a ideia que a sociedade estúpida diz que é o certo. A mesma sociedade que prefere um filho bandido ou morto a um filho LGBT, a sociedade intolerante que mata gays a seu bel-prazer, enquanto espera que vejamos tudo isso calados. A mesma sociedade burra que rejeita o amor mais belo, mesmo uma relação saudável e estável simplesmente por que uma parte estúpida 'acha' que é errado ou antinatural, sem nem saber explicar o que é certo ou errado, natural ou não, que impõem sua cultura e seus costumes a outros, e os ataca caso se neguem a cumprir, esta sociedade, que impõem uma moral e ética doentias que ela mesma não segue.
Por estes, e muitos outros motivos, eu até hoje ainda sou em parte um enrustido, meus pais sabem de minha sexualidade, mas acham que não namoro, que não tenho vida sexual. Enquanto eu não superar o medo e dar o segundo passo, enquanto eu (assim como muitos de nós) não tentar quebrar o silêncio, nada mudará, e a sociedade quadrada terá ganho e eu não existirei como LGBT, como um ser que ama e trepa (trepar sim, quem não gosta?) pois eu não serei diferente de uma pessoa que nega ou esconde sua sexualidade, estarei no armário como qualquer um outro.
John, você é super maduro!! Vá em frente, dê esse passo importante, afinal a sua vida é que importa... os desentendimentos se resolvem depois!!Grande abraço, outro ótimo texto!!
ResponderExcluirMuito bom,força !Um abraço
ResponderExcluirOLha te digo por experiencia propria ... minha relação com minha mãe na minha adolescencia não foi muito legal, não tinha como eu falar sobre a minha sexualidade com ela, pois ela me colocava um medo que eu pensava que ela me expulsaria de casa, escondi até quando pude. No meu caso contaram pra ela, ai começou todo aquele aue, se perguntava como pode acontecer aquilo, porque não contava e tals ... Passado um tempo conheci meu namorado que hoje estamos com cinco anos de namoro , no começo ela não aceitava ele de jeito nenhum , por causa do preconceito dos vizinhos , que cheguei até brigar, e por aqueles preconceitos e medos que a gente sabe que toda mãe vai ter quando revelamos algo do tipo ( doenças, o preconceito da rua , etc) ... Mas é isso o que eu acho que voce tem que fazer, mostrar para sua familia , que o amor de casal gay , é o mesmo amor de um casal hetero ou qualquer outro. Comigo foi assim e acredito que possa ser com voce tambem, o amor realmente transforma, voce nem percebe mas acontece, voce amadurece, fica bem mais feliz, voce muda totalmente, a mudança que voce percebe em si, as outras pessoas veem em dobro, por isso te digo, não tenha medo, você nunca ira resolver seus problemas se não enfrenta-los ... Força ! Bjaum Deh
ResponderExcluirVá em frente,voce se sentirá mais pleno e feliz quando isso acontecer.Um grande beijo!
ResponderExcluirHoje me sinto totalmente seguro John, mas pra isso foi preciso um longa caminhada, o medo a insegurança e a indecisão me acompanhou durante muito tempo, creio que também com muitas outras pessoas seja dessa forma, e como isso se resolve? Bom tudo depende de como a gente funciona, de como a cada um lida com esse desafio. Resisti muito pra me livrar de todos os preconceitos e crenças absurdas que me incutiram, além das que reforcei ao longo do tempo, e sabemos que a maioria de nossos familiares também tem cristalizado esses preconceitos e crenças sobre as sexualidades que não a normativa, a heterossexualidade. hoje percebo com clareza que nossa luta está arraigada à vida, e é inevitável. lutar e viver, viver e lutar, reúna suas forças, busque equilíbrio, só você saberá o momento, só você poderá sentir. O maior desfio é vencer a si mesmo. Grande beijo, meu querido amigo John Rhayllander.
ResponderExcluir