Ainda sobre a agressão homofóbica em São Paulo

André Baliera, o rapaz que foi atacado por dois homofóbicos nesta segunda-feira, (3), em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo (aqui) deu uma entrevista ao Jornal "Estadão" onde relatou os momentos de agonia e desespero porque passou.

Entre outras coisas André relatou: "Estava voltando da farmácia e vim descendo a rua, tranquilo, na minha, com fone de ouvido. Quando ia atravessar a rua, o Bruno mexeu comigo. Não consegui entender o que ele estava falando e tirei o fone. Ele disse: 'Está olhando o que seu viado? Segue seu rumo sua bicha'. Mas eu não consegui seguir meu rumo e começamos então uma troca de ofensas. Tudo aconteceu no tempo de um semáforo. Foi aí que ele saiu do carro e fiquei muito assustado. Fiz menção de que ia pegar uma pedra e o Diego entrou na história. Ele começou a me bater feito um animal. Me lembro de pensar: 'É agora que acabou. Morri'. Disse André.

Já a irmã de um dos agressores, Poliane Portieri, afirmou ao portal R7 que o irmão, Bruno Portieri, estava "no lugar errado e na hora errada".  Segundo ela o irmão é uma pessoa "do bem". "Foi um momento de fúria, não foi por homofobia. A imprensa está dando muita atenção para o caso, mas o menino (Baliera) está vivo".

Poxa vida, que pessoa do bem é Bruno, afinal de contas, ele, juntamente com seu comparsa, "só" espancou o rapaz que, vejam que maravilha, está vivo. Só que não Poliane, seu irmão não é uma pessoa "do bem" como você diz, seu irmão é um sociopata. Seu irmão, juntamente com seu amiguinho homofóbico, são dois criminosos e merecem sim serem punidos pelos rigores da lei, mesmo e ainda que essa lei não esteja preparada para punir exemplarmente esse tipo de agressão.

É impressionante como as pessoas, querendo justificar o injustificável, cheguem ao absurdo de tentar remediar de forma tão estapafúrdia, um ato de barbárie. Eu até entendo que Poliane esteja tentando proteger Bruno, afinal de contas ele é seu irmão, mas isso não lhe dá o direito de ser conivente com um ato criminoso de violência gratuita, motivado única e exclusivamente pelo fato da vítima ser homossexual. 

Aliás, já que os dois rapazes são tão orgulhosos da sua heterossexualidade, seria mais adequado que andassem pelas ruas paquerando mulheres, não observando e perseguindo homossexuais, afinal de contas, seguindo uma lógica(?) machista, é isso que os héteros, malhados e tão cheios de si fazem, não é? Só que não novamente. Pessoas seguras e convictas de sua sexualidade, não se preocupam com a sexualidade alheia.