Uganda: Segundo legisladores, lei que pune a homossexualidade será aprovada em breve

Rebecca Kadaga

A presidente do Parlamento do Uganda, Rebecca Kadaga, prometeu que o projeto de lei, que busca endurecer o tratamento penal da homossexualidade, será discutido em breve. Kadaga fez o anúncio depois de participar de uma cúpula internacional no Canadá, onde ela enfrentou severas críticas do ministro do exterior canadense sobre o tratamento que os LGBTs recebem em Uganda. Kadaga acusou o ministro canadense de interferir na soberania do país africano (aqui).

"Eles me disseram que eu tinha que parar o debate sobre o projeto de lei contra a homossexualidade, mas eu disse a eles que eu não tenho como bloquear uma iniciativa criada pelo Parlamento", declarou Kadaga desafiadoramente ao chegar em Uganda. Assim que desembarcou no aeroporto internacional de Entebbe, Kadaga se reuniu com vários líderes religiosos e com o deputado e autor do projeto de lei, David Bahati, que segundo informações, tem fortes ligações com a direita religiosa americana. Kadanga fez questão de tranquilizá-los sobre o futuro do projeto. Ela também revelou que foi cumprimentada por muitos colegas da África, Ásia e do mundo árabe, por sua defesa da soberania de Uganda e políticas sobre a homossexualidade. "Eles me agradeceram dizendo que sempre quiseram dizer isso mas nunca se atreveram", disse ela.

O projeto de lei, pelo menos em sua versão original de 2009, incluía a pena de morte em alguns casos e processos judiciais contra indivíduos ou organizações que oferecem ajuda para os gays, e que, no mandato anterior (que terminou em maio 2011) acabou não sendo votado. Há um ano, no entanto, a própria Rebecca Kadaga anunciou que o projeto iria ser enviado de volta à comissão. O projeto na verdade foi reintroduzido em fevereiro deste ano. Ninguém duvida que, se o projeto entrar em votação, certamente será totalmente aprovado. Uma realidade terrível para os cidadãos LGBTs de Uganda. Vale lembrar que, em Uganda, as relações homossexuais já são ilegais. Reina também uma forte homofobia social. 

Fica a sensação de que estamos lendo uma notícia vinda diretamente da Idade Média, mas não, é atual, por incrível que possa parecer.