LGBT's fazem beijaço no Congresso da Colômbia em sinal de protesto contra a homofobia


Exatamente ao meio-dia de terça-feira (27/11), cerca de cem pessoas se reuniram em frente ao Congresso da Colômbia, em Bogotá, para participar de um "beijaço" em favor do casamento igualitário, contra as declarações homofóbicas do senador Robert Gerlein e para mostrar preocupação em relação à reeleição do Procurador-Geral, Alejandro Ordoñez, conhecido por suas crenças religiosas homofóbicas.

O presidente do Senado, Roy Barreras, permitiu que o evento se realizasse como um exemplo de tolerância, e fez questão de se desculpar pelos comentários terríveis de seu colega, o conservador Senador Roberto Gerlein, que no dia 20 desse mês fez um discurso anti-gay. Por cerca de 20 minutos o Senador declarou, entre outros absurdos, que "Os homossexuais são pessoas que nascem com a má sorte de ter um menor hipotálamo que os heterossexuais, é por isso que as pessoas nascem gays. Eu tenho que aceitar essas pessoas porque são seres humanos, eu não posso ter preconceito contra eles. [...] Repugna-me o fato de que dois homens possam compartilhar uma cama. Sexo gay é um ato sujo e revoltante. [...] nunca uma cama partilhada por duas mulheres me preocupou, porque esse tipo de homossexualidade é fútil".

"Como presidente do Senado ofereço um pedido público de desculpas a todo o país e a comunidade LGBTI, pelas declarações discriminatórias por parte de um membro do Congresso. Aqui opiniões pessoais são respeitadas, mas não aceitamos atos discriminatórios ", disse Barreras. Já Roberto Gerlein não acha que deve pedir desculpas, porque disse o que pensa e não discriminou ninguém.

O protesto, liderado por ativistas LGBT's e pela vereadora Angélica Lozano, foi amplamente coberto pela mídia colombiana. O evento também contou com a presença de membros da Associação de ateus e agnósticos de Bogotá, que reivindicam um Estado verdadeiramente laico.

"A ideia é reunir todos os cidadãos, não apenas homossexuais, para vir fazer parte do 'beijaço' como uma forma de apoiar os direitos civis que nos tornam livres", declarou Angélica Lozano ao jornal El Tiempo antes do evento.

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