Londres: Homem condenado por "sodomia" luta para limpar seu nome

John Crawford

John Crawford, um mordomo inglês aposentado de 73 anos, morador de Marylebone, centro de Londres, foi condenado em 1959 por "sodomia" por fazer sexo consensual com outro homem - que não é mais um crime - e pior, com base numa confissão extraída depois de semanas de espancamentos em uma cela. John cedeu à pressão e confessou ser gay. Sob coação, ele contou sobre Derek, seu parceiro de 22 anos de idade, que, meses depois, se encontrou com Crawford no banco dos réus do Tribunal de Winchester, onde ambos foram condenados.

Crawfor só descobriu que ainda tinha uma ficha criminal quando ele se candidatou para o trabalho voluntário, onde pretendia ajudar prisioneiros homossexuais na prisão de Wormwood Scrubs, em Hammersmith, no oeste de Londres. Segundo ele: "Eu olhei para trás na minha vida e percebi que todos os trabalhos que eu havia perdido ao longo dos anos, era devido a este registro criminal". "Eu fiquei horrorizado. Eu estava tão chateado que eu saí."

O ex-mordomo foi libertado sob condicional após um ano de prisão. No entanto, ainda hoje, segundo as regras atuais, ele poderá ser processado caso deixe de mencionar a sua condenação por "sodomia", sob a Lei de Abusos Sexuais de 1956. "Eu quero continuar a fazer trabalhos voluntários, e quando for preencher o formulário de inscrição, onde diz: 'você tem uma ficha criminal?', eu quero ser capaz de dizer não", disse John

"Gays não percebem a sorte que têm hoje de serem capazes de se beijar na rua. No meu tempo, nos anos 50, seriam presos imediatamente. Naquela época ser gay significava ter problemas com a polícia."

John conclui: "Eu vim a este mundo sem antecedentes criminais, e eu não quero morrer com um."ma ficha criminal?', eu quero ser capaz de dizer não", disse John.

A advogada de Crawford, Anna Mazzola, disse: "Estamos à espera de uma resposta do Ministério da Justiça, a fim de deixar claro que os condenados por crimes que já não existem mais, não têm mais de continuar declarando essas condenações, se solicitado por um empregador.", disse ela. E completou, "Foi algo que os gays tiveram que passar naqueles dias."


Comentários

  1. E toda a mudança só ocorreu graças aos LGBT que tiveram coragem de enfrentar o preconceito em vez de ficarem escondidos entre as prateleiras de seus armários existenciais. A luta continua aqui e em outros países. Em Uganda, a coisa parece ainda pior do que foi na Inglaterra da década de 50.

    Por isso, insisto em compartilhar esse clamor aqui, porque a situação é muito séria. Afeta os LGBT ugandenses e abre caminho para outras violações contra os direitos humanos de qualquer outra pessoa. Quando um direito é desrespeitado, todos os outros correm o mesmo risco. Assine. Não diga para si mesmo que isso não adianta nada. O que não adianta nada é não fazer nada. Faça alguma coisa. Assine. Obrigado aos que já assinaram. Abraço a todos e todas! http://www.allout.org/pt/uganda-now/taf?akid=989.59886.jb98VB&amp=&amp=&amp=&rd=1&t=3&utm_campaign=uganda-now&utm_content=portuguese&utm_medium=email&utm_source=actionkit

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  2. Muito obrigado Sérgio, vc tem toda razão.

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  3. ricardo aguieiras01/12/2012, 00:51

    Além de ter o seu nome limpo, eu acredito que John Crawford merece, já, um pedido público de desculpas do Governo Britânico, do Parlamento e da Rainha e merece indenização por ter sofrido esses anos todos recusas em emprego! Só assim se repara erros do passado! E só assim damos exemplos para que fatos como esse não se repitam. Provavelmente há inúmeros gays ingleses vitimados por isso, cabe , inclusive, uma ação pública!
    INGLATERRA, DÊ O EXEMPLO!!!
    Ricardo Aguieiras
    aguieiras2002@yahoo.com.br

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  4. Amigos gays e lésbicas guardem bem o que vou postar aqui.
    1 - Quando um homossexual é chamado de SODOMITA ele/ela está sendo chamado de estuprador, pois foi essa a atitude dos homens de Sodoma e Gomorra.
    2 - Nunca aceite ser chamado de PEDERASTA, pois você estará sendo acusado por quem assim o chamou de PEDÓFILO.
    Com base nisso o acusador fica passível até de processo. Pense nisso.

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