Por: Julio Marinho
Mesmo contrariada, a Igreja Católica tenta demonstrar força diante das últimas conquistas LGBTs.
O jornal semi-oficial da Santa Sé, L'Osservatore Romano, tentou minimizar as últimas vitórias da semana passada na Europa e nos EUA com um artigo, assinado pela historiadora e jornalista Lucetta Scaraffia, onde ela afirma que a Igreja Católica tem emergido nos últimos anos como a única instituição no cenário global que é capaz de resistir às forças que ameaçam "romper ... a sociedade humana". Scaraffia alega que a igreja é "a única instituição", que defende a família tradicional, "a base sobre a qual todas as sociedades humanas foram construídas até hoje".
Lucetta acredita que a luta da Igreja em questões morais, tais como os direitos ao casamento para casais gays e o aborto, tem atraído o apoio e "admiração" de muitos não-católicos. No entanto, a semana que passou não foi lá muito animadora para os adversários religiosos do casamento igualitário.
Vejamos: o presidente reeleito dos EUA, Barack Obama, havia declarado várias vezes - antes e depois de eleito, para provar que não era "jogo de cena" - ser favorável ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, aliás, segundo especialistas, esse apoio foi justamente um dos grandes fatores para que Obama fosse reeleito. Além disso, os cidadãos dos Estados do Maine, Maryland e Washington, votaram a favor do direito ao casamento para casais do mesmo sexo em um referendo público. Em Minnesota, onde o casamento do mesmo sexo ainda é proibido por lei, um escrutínio para consolidar essa proibição na constituição do Estado também foi derrotado.
Enquanto isso, também na terça-feira passada (6), o Tribunal Constitucional Espanhol ratificou a lei de 2005, que legalizou o casamento homossexual na Espanha, rejeitando um recurso apresentado pelo conservador Partido Popular (PP), do presidente espanhol Mariano Rajoy. O PP questionava "se a união entre pessoas do mesmo sexo poderia receber a designação de casamento", mas aceitou o veredicto e não mudará a lei vigente, aprovada anteriormente por iniciativa do governo socialista de José Luis Rodríguez Zapatero.
Já na quarta-feira (7), o Presidente François Holland apresentou o polêmico projeto de lei (aprovado pelo Conselho de Ministros) que autoriza o casamento e a adoção para os casais homossexuais na França. A reforma - que tem forte oposição da Igreja Católica da França - será debatida pelo Parlamento em janeiro de 2013.
Pelo que pudemos ver, as últimas conquistas provam que - seja pela mudança de ares no que se refere aos direitos humanos, ou pelos vários e gravíssimos escândalos por que passa essa instituição -, a Igreja Católica já não tem mais a mesma força política que julgava ter até bem pouco tempo atrás. Ou seja, ao que me parece, para eles esta "guerra" já está perdida.
A tendência é que o casamento entre pessoas do mesmo sexo seja aprovado na maioria dos países. E, mesmo países atrasadíssimos como o Brasil, por exemplo - onde as bancadas religiosas que infestam o Congresso Nacional e lutam com fervor para que esse direito nos seja negado -, seja obrigado a reconhecer a necessidade de se aprovar, não só uma lei que sancione o casamento igualitário, mas também uma que criminalize a homofobia. A ressalva mesmo ficaria por conta dos Estados islâmicos, que vivem... deixe-me ver... no Século XV?
Nesse aspecto, a Igreja Católica já não tem mais muitas saídas. Ou ela acorda e vem a público fazer os seus já habituais pedidos de desculpas, ou terá que fazer malabarismos e contorcionismos argumentativos para desdizer o que já foi amplamente dito. O problema aqui é que, nos tempos de hoje, onde tudo fica devidamente registrado em sites, blogs, fóruns, redes sociais etc., o grau de dificuldade em camuflar e dissimular discursos fica, obviamente, bem mais complicado.
Acho a Igreja Católica uma igreja falida. Mesmo que ela, tardiamente, perceba seus erros gravíssimos , seus pactos com o que há de pior e tente correr atrás do prejuízo, não conseguirá mais. Exceto, talvez, dentro da Itália. O mundo avançou e essa igreja não acompanhou, sua sede de poder é notória, aqui mesmo no Brasil temos o erro de minimizar suas ações junto ao Congresso, achando que são só os evangélicos, mas a CNBB sempre tenta, também, e desde sempre interferir no Poder, vide que foi essa igreja e o CNBB a única a mandar um advogado ao STF no dia do julgamento do Casamento Igualitário, para falar contra, claro.
ResponderExcluirRicardo Aguieiras
aguieiras2002@yahoo.com.br
Olha só como essa igreja maldita promove o ódio e a homofobia:
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=sVMfd8J0o1A
Aproveitem e denunciem o vídeo no youtube, como estímulo ao ódio de orientações sexuais.