Teatro: Peça fala sobre os "estupros corretivos" na África do Sul


Mesmo depois de aprovar o casamento entre pessoas do mesmo sexo em 13 de novembro de 2006, a África do Sul continua contabilizando um longo histórico de violência contra cidadãos LGBT's, especialmente contra as lésbicas. O chamado "estupro corretivo" é usado como uma forma de "curar" homossexuais, ou seja, uma mulher que é reconhecida como lésbica é estuprada na tentativa de que "volte" a ser heterossexual e, em alguns casos, acaba sendo morta. De acordo com uma organização sul-africana de direitos dos homossexuais, cerca de dez violações desse tipo acontecem a cada semana.

É sobre este evento perturbador que fala a peça de teatro "I Stand Corrected", escrita pela atriz, diretora, produtora e escritora britânico-nigeriana Adebayo Mojisola e pela coreógrafa e bailarina sul-africana Mamela Nyamza. A história é contada através de dança, teatro, linguagem de sinais e música. "É estranho, porque nunca houve uma obra que aborde um tema tão grave e ainda estamos continuamente ouvindo risadas durante a execução", disseram as autoras.

A peça, que está sendo representada no "Oval House Theatre", em Londres até o dia 08 de dezembro, pergunta: "Por que tantos homens estão fazendo isso? Como isso começou? Para as criadoras do espetáculo, "temos de buscar a origem nos sistemas de controle extremamente abusivos e racistas da África do Sul. Violência gera violência e esse povo tem experimentado uma forma extrema de ódio por um longo período, ele está tentando se recuperar, mas ainda tem um longo caminho a percorrer."

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