Ditadura evangélica fundamentalista?

Por: Julio Marinho

Não estamos dando a devida atenção ao perigo real que é o avanço do fundamentalismo evangélico no Brasil. O que temos visto nos últimos anos é um aumento significativo da intolerância religiosa, extremismo, ódio, violência verbal e física, fraudes, estelionatos, charlatanismo, homofobia etc. Tenho muito medo que evangélicos transformem o Brasil em um estado teocrático fundamentalista como o Irã, ou que imponham um terrorismo aos moldes do Taliban, por exemplo. Exagero de minha parte? Pode ser, mas não podemos esquecer que, Hitler sabia muito bem que qualquer movimento fascista precisava de inimigos para se fortalecer, e, nesse aspecto, não vejo diferença alguma com o que faz hoje o Pastor Silas Malafaia, só para citar um exemplo, e sua obsessão em transformar os homossexuais nos maiores inimigos da humanidade.

Não é de hoje que as chamadas "bancadas evangélicas" dominam o cenário político no Congresso Federal e na grande mídia, fato expresso pelo grande número de programas nas TV's e até jornais de circulação nacional. Um império.

Infelizmente, esse tipo de religião concede permissão para destruir qualquer coisa que seja diferente do seu modo de pensar ou que atrapalhem seus lucros. Desde sempre, representantes religiosos tiram a liberdade das pessoas, e, se virarem maioria no congresso, o Brasil tende a ser um dos países mais violentos e intolerantes do mundo. Não sei para onde irão os ateus, espíritas, budistas, umbandistas, candomblecistas e demais religiosos que não seguirem as mesmas crenças e dogmas dos evangélicos. Sem contar, obviamente, no aumento astronômico da homofobia e crimes machistas.

Esse tipo de religião limita e condiciona o pensamento das pessoas para poder moldar a sociedade a sua imagem e semelhança, além disso, cada religião tem mandamentos diferentes, muitas vezes opostos uns aos outros, justamente por isso, nesse cenário, teríamos um aumento da violência, do machismo, homofobia, ofensas e humilhações. Portanto, a meu ver, o aumento do fundamentalismo evangélico não é a melhor coisa para a evolução social e psicológica da sociedade. Não mesmo!

Essas Igrejas tratam a fé como produto e a religião como mercado, empresas ávidas por oferecerem toda sorte de mercadoria para dar conta da demanda de uma nova categoria de consumidores. Não são, portanto, apenas um lugar de rituais e do sagrado, mas, principalmente de troca e de cuidado com os bens materiais.

Eu diria que o aumento do pensamento limitado e controlado nas pessoas, causado pelo proselitismo evangélico, nos catapultaria diretamente para uma nova era de totalitarismo, fundamentalismo e obscurantismo, tal qual a Idade Média. Uma Ditadura Evangélica está tentando surgir nesse país. Temos que ficar atentos, a menos que estejamos dispostos a viver sob o julgo de uma espécie de "Charia" evangélica.