"Tenho um filho de 18 anos e há 2 meses descobri que ele é gay. Ele me contou que está namorando com o melhor amigo dele, ele e esse amigo dele tem a mesma idade, são amigos de infância, cresceram juntos e eu tratava esse menino como se fosse meu segundo filho, não esperava por isso. Eu não consegui aceitar quando ele me contou, e ainda não aceito muito bem, eu sempre conversei sobre tudo com ele, ele é bonito, sempre peguei várias garotas olhando para ele, ele era um filho perfeito, não compreendo por que ele foi escolher namorar justo com outro homem. Não sou homofóbica mas com os outros é uma coisa, com o meu filho único é diferente pra mim. Meu marido bateu nele e o expulsou de casa, agora ele está morando na casa dos pais do "namorado" dele. Mas ele continua sendo meu filho de qualquer jeito e por mais que eu não compreenda e nem aceite eu sinto muita falta dele. Estávamos há 1 mês sem nem nos falar, e mês passado procurei ele. Pedi desculpas, disse que eu sinto saudades dele e pedi pra ele voltar pra casa, expliquei que eu não estou exatamente 'feliz' com essa coisa dele ser gay mas que eu não vou mais brigar com ele e nem julgar, que eu só quero ele de volta... ele disse que me desculpa mas não quer voltar. Como convencê-lo a voltar para casa?"
Esta carta foi publicada em um fórum na internet, não vou citar a origem nem a autoria, não acho necessário. O importante aqui é a situação, não a exposição dos envolvidos. É dolorido saber que esse tipo de coisa acontece com tanta frequência. É dolorido saber que todos os dias pessoas são expulsas de suas casas pelos seus pais, pelo simples fato de serem homossexuais. É dolorido saber que um preconceito consegue ser mais forte que o amor de um pai ou uma mãe.
Para a mãe que escreveu essa carta, o filho deixa de ser perfeito quando ela descobre que ele é gay. Para ela, a homossexualidade do filho é uma "escolha", uma "opção", talvez ela até pense que ele faça isso para chocar e ofender os pais. Ela pede desculpas ao filho, mas deixa bem claro que não está "feliz" com essa "escolha", promete inclusive que não irá julgá-lo, muito embora o faça o tempo todo.
O filho não quer voltar - estranho seria se quisesse -, ele foi acolhido por uma outra família num VERDADEIRO gesto de amor. O rapaz tem 18 anos, deveria ter o apoio das pessoas mais importantes de sua vida, mas não, ele não tem esse apoio, ele é escorraçado da sua própria casa pelo homem que deveria amá-lo, respeitá-lo e protegê-lo. É esse o tal amor incondicional que tanto se fala? Seria esse amor tão frágil a ponto de sucumbir diante de um preconceito? Se no futuro, esse filho definitivamente virar as costas para sua família, ele pode ser condenado?
Fico aqui na torcida para que esse jovem supere esse trauma. Fico também na torcida para que sua família consiga superar tanto preconceito, e entenda que homossexualidade não é uma escolha, a única escolha, nesse caso, é dizer NÃO ao preconceito e SIM ao amor.
Talvez, aqui, no país mais homofóbico do mundo, que mais mata LGBT's no mundo e onde informação, Educação e Cultura são considerado supérfluos perante uma extremamente essencial bola de futebol, essa mãe e tantas outras mães homofóbicas e pais idem também seja uma vítima!
ResponderExcluirBeijos,
Ricardo Aguieiras
aguieiras2002@yahoo.com.br
É fácil vitimizar os culpados agora né.....
ResponderExcluir"É esse o tal amor incondicional que tanto se fala? Seria esse amor tão frágil a ponto de sucumbir diante de um preconceito? Se no futuro, esse filho definitivamente virar as costas para sua família, ele pode ser condenado?"
Quer saber, fico na torcida para que não seja condenado, pois só quem foi humilhado a vida toda e ainda posto para fora de casa num ato de extrema covardia é que sabe o q sente. Se ele não quiser mais contato com a "família" dele é um direito dele
Ao ler a carta da mãe não consegui identificar onde diz que ela não o ama. Não entendi nada que possa dizer que ela é homofobica.
ResponderExcluirEu apenas senti e vi claramente uma mãe que colocou suas expectativas em seu unico filho, todos os sonhos dela, tudo que talvez ela desejava pra ela, queria agora para seu filho. Não digo que isso seja certo ou que ela tenha razão, estou dizendo que quando somos mães queremos tudo aquilo que não tivemos ou que desejamos a vida toda para nossos filhos, essa mãe sofre e sente que tudo que ela desejou para seu filho não será mais realizado, que não é mais concreto e isso a machuca de tal forma que ela mesma não enxerga que a culpa de tudo é dela. Que filhos não nasceram para serem continuação nossa e sim terem a vida que quiserem escolhidas por eles mesmos.
Não devemos colocar expectativas em nossos filhos, pois eles não são realmente nossos, o problema é que tem muita mãe por aí que ainda não percebeu isso, e só por que umas não conseguem entender isso, deve ser julgada e condenada? Será que a Marcela é mãe? Será que o Eduardo é pai? Será que aquele que escreveu este texto saiba realmente o que é ter um filho, cuidar, chorar, ficar sem dormir, comer e viver por ele? Será?
Não julguem uma mãe por ela querer realizar seus sonhos perfeitos em seu filho, não a julgue por ama-lo demais... amor demais também é ruim, também destroi.
"Eu não consegui aceitar quando ele me contou, e ainda não aceito muito bem, eu sempre conversei sobre tudo com ele, ele é bonito, sempre peguei várias garotas olhando para ele, ele era um filho perfeito, não compreendo por que ele foi escolher namorar justo com outro homem." Se isso não é ser homofóbica... Homofobia não é apenas agredir fisicamente, não aceitar a sexualidade alheia é uma forma de agressão, e das piores.
ResponderExcluirPerae o cara põe o filho pra fora de casa a mãe deixa isso acontecer e não faz nada e depois vai pedir desculpas? Não a estou julgando mas quando ela diz que o ama é a parte que ele é hetero ou o filho por um todo? Muitas vezes as pessoas não sabem nem o sentimento que sentem e na verdade esse sentimento só é da boca pra fora. Concordo que todos os pais fazem planos para seus filhos e sempre querem o melhor, só que as vezes o melhor para eles, não é o melhor para os filhos e se realmente uma mãe passa noites sem dormir, por ver o filho doente, ou por qualquer outro motivo não vai ser o fato dele ser homo ou hetero que vai mudar o sentimento. Uma mãe no lugar dela enfrentaria o pai e nunca mas nunca iria deixar um filho ser largado na rua, por que ela é mãe e sabe as dores que sentiu na hora do parto e carregou um ser nove meses dentro dela para depois ve-lo sendo colocado porta a fora e nao fazer nada me desculpem mas nao acredito nesse amor.
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