Muitos pacientes infectados pelo HIV ficam relutantes em iniciar o tratamento antirretroviral, porque consideram que a médio ou longo prazo estes tratamentos podem prejudicar o fígado.
Para estas pessoas é bem provável que, pelo fato desses medicamentos serem metabolizados no fígado, ele possa vir a ser prejudicado em um dado momento. De fato, na maior parte das bulas de drogas antirretrovirais, aparece ocasionalmente que estes podem produzir hepatite tóxica. É verdade que isso acontece, e que algumas drogas são mais propensas a fazê-lo do que outras. No entanto, não se sabe qual o papel destas drogas no risco efetivo de toxicidade a longo prazo. O que se sabe é que, a infecção por VIH, outras toxinas, baixa imunidade e outros vírus, tais como o da hepatite, também podem causar danos a longo prazo no fígado.
Para esclarecer esses vários fatores, e que papel eles desempenham na toxicidade hepática, realizou-se recentemente um estudo, que foi publicado no "JAIDS Journal of Acquired Immune Deficiency Syndromes", com 20.775 pacientes infectados pelo HIV e 215.158 não infectados. O estudo mostrou que, no geral os pacientes infectados pelo HIV tinham um risco mais elevado de desenvolver problemas do fígado e morrer em decorrência deles. O maior risco ocorreu em doentes com baixas taxas de CD4 e sem tratamento antirretroviral. Outros fatores que influenciam a ocorrência de problemas no fígado, são os altos níveis de HIV no sangue, o abuso de álcool ou outras drogas, a co-infecção pela hepatite B ou C. No entanto, a utilização de drogas antirretrovirais (de qualquer tipo), não foi associada a um aumento do risco de disfunção hepática.
Estes dados ajudam a esclarecer que, realmente é o próprio HIV, ou outros fatores externos, aqueles que podem desenvolver os problemas no fígado, não o tratamento antirretroviral em si. Isso deve tranquilizar os pacientes sobre a segurança das medicações a longo prazo.
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