Tabu: Deficientes físicos LGBTs


Por: Julio Marinho

A sexualidade dos portadores de deficiência, ainda hoje, é relegada ao segundo plano. É como se essas pessoas não tivessem a capacidade, e por que não dizer o direito, de ter uma vida sexualmente ativa. 

Assim como os idosos, indivíduos portadores de algum tipo de deficiência, e que não fazem parte do padrão heteronormativo, sofrem uma dupla discriminação. Estão, portanto, mais suscetíveis aos fenômenos de exclusão social.

Fazer parte de uma minoria já é bastante complicado, ser minoria dentro da própria minoria é ainda mais. E é assim que vivem milhares de pessoas ao redor do mundo, uns mais que os outros, é verdade, mas TODOS passam por algum tipo de constrangimento. Eles são deficientes físicos que se sentem atraídos por pessoas do mesmo sexo. Pegue todos os preconceitos que sofrem os cidadãos LGBTs e adicione os preconceitos que sofrem os deficientes físicos. Agora, multiplique pelo que eles sofrem dentro da própria comunidade gay, pronto, temos ai o resultado de uma conta bastante cruel.

Vamos fazer um exercício bem simples, alguém se lembra de algum bar ou boate - GLS ou não - que tenha uma estrutura para receber quem necessita, por exemplo, de cadeira de rodas? Melhor, sinceramente até hoje você já tinha pensado que existem deficientes físicos LGBTs e que eles enfrentam todo o tipo de contratempos e constrangimentos para terem a oportunidade de um relacionamento afetivo/sexual?

É evidente a tendência atual do culto ao corpo perfeito (como se isso fosse o mais importante no ser humano!). Vendo por esse lado, quem é o verdadeiro deficiente? 

Não podemos também esquecer que, "as pessoas portadoras de deficiências tem (ou pelo menos deveriam ter) o direito, inerente a todo a qualquer ser humano, de ser respeitado, sejam quais forem os seus antecedentes, natureza e severidade da sua deficiência. Elas têm os mesmos direitos que os outros indivíduos da mesma idade, fato que implica desfrutar de vida decente, tão normal quanto possível."

O grau de dificuldade na conquista de um companheiro(a), depende muito de como a pessoa deficiente encara sua própria deficiência. Se tem muitos preconceitos em relação a ela mesma, se se aceita e a quantas anda sua auto estima. Outros pontos externos também valem muito: se estuda ou estudou, se trabalha, se consegue ganhar dinheiro, se pode comprar as coisas de que precisa, se consegue sustentar-se e satisfazer as suas necessidades diárias, sem muita dependência de outras pessoas. Tudo isto conduz a um maior bem-estar pessoal, a uma melhor posição perante a vida e a uma maior alegria de viver.

Quanto mais o portador de deficiência LGBT se mostrar, mais vai sentir se tem chances ou não de conquista. Enfim, o que querem os LGBTs com deficiência? O que procuram? Talvez o mesmo que todos: RESPEITO E A CHANCE DE SEREM FELIZES PELO QUE SÃO!

Comentários

  1. RICARDO AGUIEIRAS11/09/2012, 05:54

    Você tocou num ponto delicado e frágil, dolorido. Lembrei-me de uma G Magazine, na gestão da Ana Fadigas, onde ela colocou fotos de um deficiente nu em suas páginas, abrindo espaço para essa discussão necessária... depois, eu o encontrei numa boate e conversei rapidamente com ele, dando parabéns pela ousadia. Evidente que era um rapaz com amigos e amigas que poderiam ajudá-lo e com recursos... depois, nunca mais, nunca mesmo os vi em lugar nenhum, exceto um ou outro na Parada, o que me era dolorido por que em cima dos trios elétricos os rapazes com os corpos "perfeitos" e aceitos - os únicos aceitos! - e eu ficava imaginando como ele deveria se sentir vendo aquilo. Lembrando ainda que durante anos a Parada de São Francisco tinha uma ala inteira só para deficientes LGBT's... como pode ver, ainda não resolvemos nem lidamos com umas questões muito, muito básicas....
    Beijo,
    Ricardo Aguieiras
    aguieiras2002@yahoo.com.br

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  2. Eu uso 1 bengala as vezes e certos locais principalmente gls não nos tratam bem na verdade não gostam que entramos já em locais comuns sou bem melhor tratado

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  3. Parabéns por trazer à discussão esse tema tão importante! Que o amor prevaleça em toda sua diversidade.

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  4. Ricardo, Rafael e anônimo, muito obrigado pelos comentários. Eu não pude me aprofundar muito no assunto por pura falta de conhecimento. Temos tão pouco material e gostaria tanto que essa questão fosse mais discutida. A invisibilidade é tão cruel, tanto quanto o preconceito.

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  5. ADOREI, O PRECONCEITO E GRANDE MESMO, EU QUEBREI ESSE OBSTACULO MAS TEM MUITAS LESBICAS Q AINDA PASSA POR ISSO,.
    SER LESBICAS E DEFICIENTE NAO E FACIL VIU

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  6. Sou Light Designer sou Gay e sou Deficiente Fisico..Boa a materia e faltou falar sobre Acessibilidade no comercio GLBT..os bares,boates,etc em geral não tem acesso a pessoas com mobilidade reduzida..e nos sites e blogs tb..
    Varias vezes escuto ao passar..o aleijadinho veado..escuto em locais gays assim como escutamos: as velhas mariconas...
    Lembro aos Gays Nazis que é uma dadiva poder envelhecer e Deficiente basta cair da escada..ahhh os deficientes fisicos bem resolvidos com sua deficiencia por terem sua percepção mais aguçada são considerados excelentes amantes..e temos ate um grupo de admiradores chamados de Devotees..Somos muitos e muitos bissexuais tb..Em geral os Defs tem menos preconceito com esa questão de genero.
    Gosto de ser diferente e quem não gosta do meu jeito de ser digo que me livrei de um grande abacaxi..

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  7. Oi Ari, muito obrigado pelo seu comentário. Eu falei um pouco do acesso sim: "Vamos fazer um exercício bem simples, alguém se lembra de algum bar ou boate - GLS ou não - que tenha uma estrutura para receber quem necessita, por exemplo, de cadeira de rodas?". Claro que não me aprofundei, aliás, em nada, primeiro porque não poderia, já que me faltavam dados, segundo porque queria justamente levantar a discussão.

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  8. Galera ser gay e cadeirante é muito dificil mesmo, agora quem quiser se jogar na pista com gosto é so ir na The Week, lugar perfeito, tem toda a acessibilidade que precisamos, qdo. quero sacudir o esqueleto e lá que bato meu cartão.

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  9. alguma lesbica deficiente qzer fazer amizades ta ai annahdartha@hotmail.com.br

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  10. Nossa eu tenho um amigo que vive isso, infelizmente morro de pena, além de ser gay, é cadeirante e surdo, ele sofre demais...Inclusive se alguem conhecer uma pessoa que tbm nestas condições estejam a fim de conhecer alguem me avisem no meu email ailtonsatana@hotmail.com, queria muito ajudar este meu amigo, ele desabafa em libras comigo, mas sinceramente nao sei o que fazer pra ajudá-lo!!!

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    1. Eu gostaria de conhecer este seu amigo, moro no Rj e devido a um acidente hoje sou deficiente as vzs ando com muletas, fora isso levo uma vida normal do que sofro mtmt preconceito pois ando mancando um pouco o ser humano é um bicho muito cruel as vzs ja sofri/sofro mas ainda espero encontrar alguém (:

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  11. Oi.. Sou cadeirante a pouco mais de 1 ano, é muito complicado realmente, gosto muito de boates,clubes GLBTs mas o acesso é muito complicado...

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  12. Olá! Sou deficiente física e realmente, é complicadíssimo ser lésb.. tanto que nem sou assumida. Sou do tipo queridinha para todos que me conhecem, me vêem como um exemplo, poucos amigos sabem... e isso complica ainda mais as coisas.
    É muito foda viu.
    Qualquer coisa entrem em contato.
    Facebook: Ritinha Hautequest

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  13. eu sou um deficiente físico lindo mas deficiente e por isso sofro muitos preconceitos além de ser da comunidade LGBT

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  14. Olá sou deficiente fisico, sou bonito já até me perguntaram se eu era modelo mas isso sem me verem pessoalmente. sofro muito pela deficiencia pois sofro preconceito de dois lados. Por pertencer a comunidade LGBT e por ser deficiente.
    skype: leobritto7
    e-mail: wpbgato5@gmail.com

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  15. Parabéns pelo Blog, há muito procurava por um local onde a sexualidade de cadeirantes ou deficientes em geral fosse tratado de uma forma bacana.
    O preconceito é um mal que devemos combater diária mente, através de nossas atitudes.

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  16. Legal,muito bacana falar sobre isso.
    Muitos cadeirantes gays sofrem por falta de comunicação e organização.
    Sou cadeirante há 3 anos e sou bissexual, tenho 35 anos e quero conhecer homens sem preconceitos.
    sdulade@gmail.com

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