Eleito em 16 de agosto, Michael Sinan se define como um "muçulmano moderno". Ele explicou as razões que o motivaram a se converter, e lutar contra o extremismo e o preconceito.
Michael Sinan, de 34 anos, ganhou o concurso do Mr. Gay Dinamarca em 16 de agosto. A competição este ano fez muito barulho, porque pela primeira vez na história da competição, foi um muçulmano que ganhou o título. Perguntado sobre suas motivações, o jovem garantiu ao público, que se reuniu em frente da Praça da Câmara Municipal, em Copenhague, que iria mostrar que hoje é possível ser um "gay muçulmano", e que ele planeja usar o título para divulgar isso.
Nascido em uma família tradicional dinamarquesa, Michael Sinan se converteu ao islamismo há 10 anos. "Eu tinha um monte de amigos muçulmanos. Quando eu estava em suas casas, eu me sentia acolhido. Meus pais são ateus, mas eu sempre me senti atraído por religiões. Eles me deixaram escolha e eu optei pelo Islã, a única religião que se dedica 100% a Deus". No entanto, Michael não frequenta nenhuma mesquita na Dinamarca, porque considera as pregações muito agressivas. Ele prefere orar a sós, exceto quando está na Turquia, onde o ambiente nas mesquitas, segundo ele, é muito melhor.
Michael fez Mestrado na Universidade de Copenhague, onde estudou turco e história, mas atualmente está desempregado. Por conta disso foi capaz de, nos últimos meses, se dedicar inteiramente à preparação do concurso Mr. Gay: treinamento, dieta... A competição ocorreu no meio do Ramadã (mês durante o qual os muçulmanos praticam o seu jejum ritual), mas Michael não jejuou. "Eu estava num tratamento que me obrigava a beber muito líquido. O Ramadã caiu justamente durante o verão, eu teria que ficar em jejum por 20 horas. Não foi possível".
Em um relacionamento há cinco anos, Michael se define como um "muçulmano moderno". Saiu do armário aos 17 anos. Sendo filho único, ele temia a reação de seus pais: "Meu pai disse que se sentia bem com isso, que gostava de homossexuais. Minha mãe chorou, porque percebeu que eu tinha vivido com eles por três anos, sem me atrever contar-lhes. Meus amigos muçulmanos não disseram muito. Para eles, eu era mesmo de antes."
Michael luta contra o extremismo: "Eu sou muito conservador em alguns aspectos da minha vida, mas nunca às custas dos outros." Sua luta: "Mostrar que não é necessário escolher entre minha religião e minha orientação sexual". O problema é que, diz ele: "Nós sempre falamos sobre extremistas. A grande maioria dos muçulmanos hoje vive normalmente. É 2012. Obviamente, não podemos viver como há 2.000 anos. Tudo que está no Corão não deve ser tomado literalmente".
Ele próprio nunca recebeu ameaças ou insultos. E é por isso que decidiu participar do concurso Mr. Gay: "Muitos Homossexuais muçulmanos convivem com o medo. Eles se escondem. Em alguns países é quase pior ser gay, do que ter matado alguém. Eu nunca tive esse problema. Eu não tenho medo de falar e lutar pelos direitos dos homossexuais muçulmanos". Ele sente que esse é o seu dever. Michael também tem o desejo de lutar contra os preconceitos que circulam na comunidade gay: "Muitos acreditam que todos os crentes (muçulmanos) são contra eles. Eu quero mostrar-lhes que este não é o caso."
Nojo!
ResponderExcluirÉ bom ser gay e muçulmano na secular, civilizada e progressista Dinamarca, a qual foi o primeiro país do mundo a regulamentar a união civil (não casamento) entre pessoas do mesmo sexo, em 1989.
ResponderExcluirQuero ver esse cara se mudar para um país de maioria muçulmana, especialmente os que aplicam a sharia, e ver se o Islã é tão tolerante assim.
Nojo! [2]
Lindo e inteligente!
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