Carta de um pai homofóbico ao filho gay


Uma carta escrita por um pai a seu filho homossexual tornou-se um viral na internet. A carta, em tom de despedida, foi escrita de próprio punho pelo pai cortando relações com o filho, porque ele (o pai) não aceitava a orientação sexual, que ele (o filho) havia "escolhido".

A carta não é nova, foi escrita há cinco anos. No entanto, foi postada em um portal chamado Reddit, e teve grande repercussão entre os usuários da rede, que não hesitaram em compartilhar a carta por todos os cantos da internet.

A carta começa dizendo que: "Esta é uma difícil, mas necessária carta que devo escrever". E, em seguida, começa o bombardeio de críticas do pai. "Espero que a sua chamada não tenha sido para receber a minha bênção para o seu 'estilo de vida degradante'." "Eu tenho boas lembranças do tempo em que passamos juntos, mas tudo ficou no passado".

"Não espere para falar comigo. Não haverá mais nenhuma comunicação. Eu não irei te visitar, nem te quero mais em minha casa. Você fez sua escolha, embora seja a incorreta. Deus não aprova esse estilo de vida antinatural. Se você decidir não assistir ao meu funeral, minha família e amigos vão entender. Aproveite seu aniversário e sua vida. Qualquer troca de presentes não será aceita. Adeus, pai", foi o resto da carta que ele dedicou a seu filho.

Não há muito o que comentar, é tudo tão degradante, tão bizarro que fica até difícil achar a palavra certa para descrever tamanha falta de respeito e amor ao próprio filho. A única coisa que me vem a cabeça quando vejo esse tipo de coisa, é que tudo isso me assusta, e me assusta muito. 

Eu sei que hoje é dia dos pais, e não quero com essa postagem desmerecer a data, pelo contrário, esse é um exemplo necessário para mostrarmos o quanto o preconceito, a intolerância e o fundamentalismo religioso podem destruir uma das relações humanas mais bonitas e significativas. Há algum tempo atrás eu postei uma carta bem diferente dessa (aqui), onde um pai demonstra todo amor a seu filho, um amor que supera qualquer tipo de preconceito e mostra que, antes de mais nada, deve haver respeito. 

Comentários

  1. RICARDO AGUIEIRAS12/08/2012, 13:20

    Me criticaram, hoje, no face por que eu escrevi sobre pais que expulsam seus filhos e filhas lésbicas de casa, mas que décadas depois, idosos, apelam para a lei que obriga os filhos a cuidarem dos pais... ou seja, para cuidar e bancar, gay e lésbica servem.... um absurdo! Valeu!
    Beijo,
    Ricardo Aguieiras
    aguieiras2002@yahoo.com.br

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  2. Exatamente Ricardo, as pessoas esquecem que LGBTs também tem sentimentos e não são obrigad@s a serem complacentes com tudo. Essa história de apanhar e oferecer a outra face fica muito bonitinha em mitos e novelas, na vida real a coisa é bem diferente. Muito fácil pisar na nossa cara e depois contar com nosso perdão, mas cadê o tal de amor incondicional que tanto se fala?

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  3. Olá. Sempre leio o seu blog. Tenho você no meu facebook, mas nunca puxo papo para não parecer impertinente.

    Hoje é dia dos pais, na sexta feira, meu pai sofreu um acidente de carro. Teve lapsos de memória e pegou alguns pontos no braço. Tive muito medo de perdê-lo assim como aconteceu com a minha mãe, quando eu tinha 13 anos de idade. São nesses momentos de angústia, na linha tênue entre a vida e a morte que percebemos que o amor de pai por um filho, e vice-versa, pode superar o preconceito e as convicções da sociedade. Mesmo ele não aceitando a minha condição sexual, ele me ama incondicionalmente. Eu sinto isso. Eu não preciso da permissão dele para nada, mas eu preciso saber que ele se encontra bem para poder ter uma felicidade plena. Amo o meu pai, independente de tudo.

    Todo pai fica orgulhoso quando o filho começa a namorar. Todo pai fica orgulhoso quando o filho se casa e perpetua o sangue da família. Todo pai sente orgulho de ter um filho hetero. E o meu? Será que o meu tem orgulho de mim? Nunca irei me casar com uma linda mulher, nunca darei netos a ele. O sangue dele termina em mim. E isso basta. Basta, porque não posso ser o que não sou. Basta, porque eu não posso viver uma vida de fingimentos. Basta, porque eu sou gay, mas nem por isso deixo de ser o filho dele.
    O filho caçula. O filho que ele balançou em longas madrugadas. O filho que ele reprimiu e aconselhou. O filho que causou preocupações, alegrias e sonhos. O filho que ele investiu nos estudos, nos sonhos e na promessa de um futuro melhor. O filho que mesmo na distância permaneceu presente. O filho que ele viu crescer. O filho que não conseguiu esconder a sua condição sexual. O único filho gay. O filho que, apesar de tudo e todos, não deixa de ser filho.

    Feliz dia dos pais.

    Te convido a visitar meu infinito particular: blogestarcomvoce.blogspot.com

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  4. Cícero, em primeiro lugar fico grato por vc sempre ler o blog, isso é muito importante para mim. Em segundo lugar, não é incomodo algum puxar um papinho de vez em quando, não mesmo. Sim, a relação com o pai nesse caso é muito complicada, mas no final o que deveria mesmo prevalecer é o amor e o respeito, de ambos os lados, sempre. Fico muito triste quando vejo pais e mães deixando esse amor e respeito de lado por conta do preconceito, acho essa a coisa mais triste pela qual um LGBT possa passar. A agente acaba deixando de ter o apoio de quem mais precisamos no momento mais difícil, e isso é muito dolorido.

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  5. Verdadeira pena que loucuras como esta ainda acontecem. Dói, e muito, mas às vezes o melhor a fazer é se afastar e se desligar por completo de quem não nos faz bem.

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  6. Ler esse post me fez lembrar uma reportagem, já um pouco antiga, que o Caco Barcelos fez ao Profissão Repórter. Um adolescente gay que não quis se identificar teria confirmado ter sido expulso de casa pelo próprio pai, sob as 'carinhosas' palavras (ironia) de "prefiro mil vezes ter um filho traficante do que um filho gay". Até hoje me pergunto que raio de pai é esse? Será que existe algum vocábulo em nossa língua que exprima uma boa definição para esse tipo de pai? Sinceramente não consegui ainda encontrar nenhum.

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  7. Meu pai com certeza reagiria da mesma forma q o pai da carta.

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