Por: Julio Marinho
Sim, eu sou gay! No entanto, não é essa a única razão para que eu seja contra a homofobia, ou defenda a conquista de direitos civis dos cidadãos LGBTs. Não, não é mera conveniência. Eu não preciso ser negro para saber o quanto o racismo é cruel, mulher para sentir o peso negativo e absurdo do machismo, um idoso para observar o quanto eles sofrem por serem desrespeitados, estar acima ou abaixo do peso "ideal", ou ter algum tipo de deficiência para saber das dificuldades e preconceitos pelos quais essas pessoas passam.
Sim, eu sou gay! No entanto, não é essa a única razão para que eu seja contra a homofobia, ou defenda a conquista de direitos civis dos cidadãos LGBTs. Não, não é mera conveniência. Eu não preciso ser negro para saber o quanto o racismo é cruel, mulher para sentir o peso negativo e absurdo do machismo, um idoso para observar o quanto eles sofrem por serem desrespeitados, estar acima ou abaixo do peso "ideal", ou ter algum tipo de deficiência para saber das dificuldades e preconceitos pelos quais essas pessoas passam.
Claro que não é possível ser justo o tempo todo, ninguém o é, mas não custa, pelo menos, tentar. Esse é um exercício diário de procurar se colocar no lugar do outro, e isso é muito, muito difícil mesmo, eu sei disso. Mas, se não tentarmos, não vamos conseguir (quem sabe um dia?) nos transformar numa sociedade mais igualitária, mais inclusiva, mais justa, mais aberta às diferenças, enfim, mais cidadã.
Enquanto ficarmos presos a valores ultrapassadíssimos, posturas discriminatórias e visões arcaicas, seguiremos sendo esse país injusto e preconceituoso. Continuaremos perseguindo pessoas, única e exclusivamente, por conta de sua orientação sexual, identidade de gênero, cor da pele, peso, idade ou gênero.
Em relação à homofobia - preconceito legalmente aceito e que, só em 2011 matou cerca de 278 pessoas (dados da Secretaria de Direitos Humanos) -, sou obrigado a dizer que é a forma de discriminação mais cruel de todas. Além da violência física, existe a violência psicológica e emocional. Tanto é assim, que várias pessoas acabam cometendo suicídio por não aguentarem o peso das agressões físicas e morais de que são vítimas.
Não podemos nos esquecer que, outras vítimas de preconceito podem sempre - ou quase sempre - contar com o apoio e auxílio de seus familiares. Já no caso dos LGBTs, isso não acontece, muito pelo contrário. Quando não sofrem o abuso dentro da própria casa, essas pessoas têm de se calar quando sofrem algum tipo de agressão nas ruas. A não ser, obviamente, que queiram levar a culpa e aumentar ainda mais a humilhação por que passaram. Um LGBT é discriminado em todos os lugares, independente de seu comportamento e/ou aparência, basta que seja identificado.
É muito comum - mesmo no nosso meio - ver um cidadão LGBT ser acusado de "provocar", seja pelo seu comportamento ou por sua aparência, as agressões que sofrem. E, por mais absurdo que seja, já vi até renomados ativistas do movimento gay utilizando dessas justificativas. Culpar a vítima tem sido um recurso ordinário e é usado frequentemente para distorcer os fatos numa clara inversão de valores. O objetivo, nesse caso, é a desumanização das vítimas e a eliminação de seus direitos mais básicos. Em muitos casos, a própria vítima acaba aceitando e absorvendo essa culpa. Ao ponto inclusive de se julgar indigna, não merecedora de proteção e passa a extravasar remorso, censura e autopunição. É nesse ponto que a vítima se converte em algoz. Surge ai um círculo vicioso.
Defender a diversidade sexual significa defender a democracia. E, já que o projeto democrático, por si só, não cria condições para a existência das liberdades sexuais, é necessário que se tomem determinadas medidas socioeducativas contra a homofobia. Medidas essas que tenham por objetivo diminuir a discriminação e promover o respeito à diversidade sexual.
Enquanto isso, independentemente das nossas diferenças, vou tratar - ou pelo menos tentar - outros seres humanos com dignidade e respeito. Ok, eu sei que isso tudo parece muito clichê - e talvez seja mesmo -, mas qual o problema? Enquanto preconceitos insistirem em limitar as nossas vidas, eu me permito ser repetitivo 'ad aeternum'.
Gostei tanto desse texto maravilhoso! amanhã devo estar melhor e vou divulgá-lo como ele merece....
ResponderExcluirtorça para eu sair dessa tristeza, amigo.
Ricardo Aguieiras
aguieiras2002@yahoo.com.br
Eu já nem tenho palavras para agradecer vc meu querido amigo. Sem o seu apoio e incentivo, eu não teria escrito uma linha sequer desse texto.
ResponderExcluiro pior é que isso éverdade
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