Entrevista com o escritor Reynaldo Araújo


O romance Scarlet, de autoria do carangolense Reynaldo Araújo (Rey), conta, em primeira pessoa, a história do jovem Oscar, um rapaz criado por uma família conturbada e que esconde as mazelas e infelicidades da sociedade mantendo a pose de família feliz. A mãe de Oscar, uma escritora famosa, é uma mulher submissa ao marido militar.

Tudo que vive neste ambiente familiar, faz com que Oscar busque no desejo de encontrar um amor de cinema, refúgio das crises e desafetos em casa.

No desenvolvimento dessa história o jovem encontra refúgio em uma mulher fria, calculista, que vive intensamente e que tem como principal diversão doses de whisky e maços intermináveis de cigarro. Sedutora, mentirosa e envolvente como uma teia. Com salto quinze, batom vermelho, vestido sempre justo, e bolsa no antebraço, esta é Scarlet.

O livro promete risadas e lágrimas no desenrolar de 300 páginas, que trazem uma proposta de drama pós moderno, com problemas reais da sociedade atual tratado com requinte em uma história fictícia.

Sobre o autor

O mineiro Reynaldo Araújo nasceu em 17 de Fevereiro de 1992, aos 20 anos, é além de escritor; desenhista, e tatuador. Desde pequeno, rabiscava suas histórias, e desenhos, nos cadernos de física, e química, as matérias mais chatas, e exatas. Rey; como é chamado pela maioria, possui um blog no qual posta suas histórias, e sentimentos reais de qualquer jovem, usando e abusando de uma forma expressiva, onde faz com que tomemos suas dores, nos arrancando lágrimas, e sorrisos ao mesmo tempo. O autor tem uma escrita jovial, e envolvente, o que nos deixa na expectativa de querer mais e mais. De uma maneira intensa, e se renovando a todo segundo, ele traça seu destino, que até então é desconhecido aos seus olhos. 

Como você começou a escrever? O que te motivou?
Na verdade, eu sempre escrevi desde os meus oito anos de idade. Porém, as minhas histórias eram mais adequadas para minha idade, sem maldade, mas com bastante fantasia. Eu passei a minha infância e adolescência, trocando saídas, festas, e amigos por cadernos brochurões, os quais eu rabiscava as minhas melhores histórias em quadrinhos. O que mais me motivava era ver o retorno que aquilo me trazia, não financeiro, mas sim a realização, as pessoas que liam - meus amigos, professores, familiares - adoravam, apostavam nos personagens, odiavam os malvados, e idolatravam os bonzinhos. O mais bacana de tudo isso, era ver a "briga" que faziam entre si para ver quem leria primeiro. (risos) Mas o que mais me motivou, foi quando eu sofri uma desilusão amorosa e desabafei na escrita com o texto "O meu EU casual", assim que publiquei no meu blog pessoal, começou a chover de comentários na minha página, meu blog teve 1.500 visitas em um dia. Foi aí que tudo começou...

É possível conciliar essas três atividades?
Sim, na verdade não são só o meu eu tatuador, desenhista, e escritor que eu tenho que conciliar. Eu tenho que administrar o Reynaldo que trabalha fora para sustentar suas coisas, o Reynaldo estudante, que afunda a cara nos livros para não ser reprovado no semestre, e tento também conciliar isso tudo, e ver se acho um tempo para encontrar o meu eu "namorado". É bem simples para mim, até porque essas três coisas (tatuagens, desenhos, e escritas) eu faço por fora, como hobbie, e ganho um dinheiro com isso, mas a realização melhor é a pessoal, porque eu faço o que eu gosto de fazer. Na verdade, acho que eu gosto de fazer muitas coisas.

Quais suas fontes de inspiração?
Meus amores. Quando eu amo eu tenho diversas personalidades, é aquela história, não sei amar sem ter doze anos. (risos) e eu aproveito disso para salvar o que já tá perdido, de alguma forma. Uso também meus amigos como inspirações, cada um tem uma história que se pode aproveitar, uma personalidade forte, e maluca, situações cômicas, e amores de invejar. Então eu uso e abuso disso o tempo todo...

Qual o seu processo criativo? Como surge a inspiração?
O bom de escrever é que você já bate o ponto pensando né? (risos) às vezes estou chegando ao trabalho, ou saindo dele, e com a cabeça longe. Pensando nas histórias, e personagens, fantasiando, e tudo mais. Meu processo criativo costuma acontecer ouvindo uma boa música, acho que a música te ajuda muito na narrativa, e imaginação, sempre escrevo ao som de algo, e deixo isso claro no meu blog pessoal.

Quais seus escritores preferidos?
Caio Fernando Abreu, Martha Medeiros, e Scott Westerfeld. Caio Fernando, por ser doce na narrativa, e na maioria das vezes é impossível você não se colocar na perspectiva do que se passa na leitura. Martha por sua obra "fora de mim" que me ajudou muito em um término de namoro, e super indico esta obra a qualquer pessoa que termina um relacionamento e não sabe por onde começa, é simplesmente magnífico. E Scott que por sua vez consegue ser um gênio em nos prender nas suas ficções científicas. Um mundo de fantasia.

O jovem Oscar, personagem do seu livro, tem muito ou pouco de você?
Oscar é um personagem "perdido", resultado de sua família conturbada, suas experiências infrutíferas, e que tenta se encontrar a todo custo. Quando criei o personagem, criei o mundo dele, os dramas, a família, os amores, e me coloquei na pele do mesmo para que eu conseguisse narrar. O que eu faria? Como seria? E agora?! Tudo isso eu me perguntava para dar continuidade a história. Infelizmente, ou felizmente, o personagem não tem nada de mim.

Por que Felizmente, e por que Infelizmente?
Infelizmente porque eu gostaria de narrar todos os meus pontos fracos, e expor-me por completo, me despindo de todos meus medos, e inseguranças, sem receios de me mostrar para o mundo como eu fiz narrando o drama do personagem. E felizmente porque graças a deus sou bem resolvido com as minhas coisas, amores, o que eu busco na vida, e tudo mais. Tenho vinte anos, mas com cabeça de trinta, não que eu seja chato. (risos)

Já tem algum projeto em andamento?
Na verdade estou criando, desenvolvendo, pra depois colocar em prática. De início estou com um projeto de fazer um mangá baseado no romance "SCARLET" dividido em três edições, com cem páginas cada uma. Mas é só um projeto, preciso de bastante tempo e inspiração para isto. E já comecei o meu segundo livro, que pretendo guardar segredo por enquanto. Só uma coisa: Ele está uma delícia!

Reynaldo muito obrigado pela entrevista. 
Você gostaria de deixar uma mensagem para os leitores, além é claro, dos locais onde podemos encontrar seus livros?
Eu só tenho a agradecer a todos pelo carinho, e dizer que eu adoro quando alguém se identifica com algo que eu escrevo, não tenho palavras para descrever tamanha felicidade. Obrigado. E o meu livro pode ser comprado no site da editora, e algumas livrarias, as quais ainda não tenho a lista AINDA (O lançamento é recente e estamos cuidando disso) como também podem comprar diretamente com o autor no meu site oficial www.reynaldoaraujo.com. Um abraço a todos os leitores do Nossos Tons, e obrigado Julio, pela oportunidade de mostrar um pouco do meu trabalho! Sucesso a todos nós...


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