De acordo com o "Real Decreto-Lei de 24 de Abril", a partir de 1 de Setembro os imigrantes ilegais que vivem na Espanha deixarão de ter acesso ao sistema nacional de saúde. As únicas exceções serão os casos de urgência. Dentro deste grupo há um particularmente vulnerável: as pessoas com HIV, que não terão mais acesso à medicação. O Grupo de Estudos sobre AIDS (GESIDA) da Sociedade Espanhola de Doenças Infecciosas e Microbiologia Clínica (SEIMC), estima que entre 2.700 e 4.600 pessoas serão afetadas pela medida, o que significa, com efeito, uma sentença de morte. Não é exagero: o aumento da mortalidade é a primeira consequências esperada pela GESIDA.
A medida faz parte do pacote de austeridade no setor de saúde, que prevê uma economia de aproximadamente 12,2 e 21,8 milhões de euros.
Além das considerações éticas, especialistas da GESIDA alertaram o Ministério da Saúde sobre o enorme prejuízo econômico que a medida irá causar, como aumento da mortalidade de indivíduos infectados, o aumento do número de infecções oportunistas e hospitalizações, o aumento da transmissão do HIV e outras doenças infecciosas, como tuberculose, para a população em geral, e a maior probabilidade de transmissão materno-fetal do HIV. Tudo isso teria um efeito oposto ao que se pretende, ou seja, altos custos com cuidados de saúde.
Para os médicos, a opção mencionada pela ministra da Saúde, Ana Mato, de que ONGs deveriam arcar com o tratamento destas pessoas não é viável, uma vez que a gestão desta infecção é complexa e deve, obviamente, ser feita em hospitais.
Isso é um horror!! Um retrato da desumanidade dos poderosos! Poderosos e burros, por que, lá adiante os custos serão muito maiores, como bem fala a matéria. No entanto, o quadro é grave, por que governos sempre precisam de bodes expiatórios perante crises e imigrantes são um dos preferidos. Imagina o que pode ocorrer se outros países da UE resolverem fazer o mesmo! Ao imaginarmos um mundo melhor e mais justo percebemos que as fronteiras se diluem, somos todos humanos e nascemos no mundo. Espero que organizações internacionais e as pessoas reajam contra tamanho descalabro, que ofende o mundo e não apenas quem está lá, na Espanha.
ResponderExcluirRicardo Aguieiras
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