Padre se recusa a fazer enterro de lésbica

Segundo o canal de televisão DR1, um padre de Aalborg, quarta maior cidade da Dinamarca, se recusou a realizar o funeral de uma mulher, quando descobriu que a mesma vivia em um relacionamento homossexual nos últimos 30 anos.

Kirsten Østergaard, filha da falecida - cujo nome não foi revelado -, afirmou ao canal de TV que ficou em estado de choque com o anúncio do padre: "Eu pensei, pode ser realmente verdade que devemos ter vergonha disso? Olhei para a parceira da minha mãe e ela estava completamente atônita - e então eu fiquei realmente chateada por ela. Foi terrível colocá-la em uma situação como essa.", disse Kirsten.

O sacerdote mudou de ideia depois que a família enviou uma queixa aos seus superiores: "Foi um erro da minha parte, o maior erro que já cometi como padre. Foi um erro e vai de encontro a tudo o que eu defendo. No começo eu tinha concordado em realizar o funeral, mas depois passou pela minha cabeça que seria errado realizar o funeral de pessoas homossexuais, já que eu não pretendo casar gays. Mas foi completamente errado de minha parte. ", disse o padre. No entanto, o arrependimento do padre não conseguiu mudar a visão de Kirsten Østergaard.

"Acredito que a igreja precise de uma atualização. Os sacerdotes não deveriam poder se recusar a casar pessoas divorciadas ou homossexuais ", declarou Kirsten Østergaard.

George Hinge, representante da Organização LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) da Dinamarca ficou chocado com o incidente: "Estamos completamente chocados com isso. É ilegal e obsceno. Ele não tem direito de tomar tal decisão. O bispo tem de repreender o sacerdote em questão e, ao mesmo tempo alertar cada ministro na igreja dinamarquesa, para que esse tipo de discriminação não seja mais aceita.", disse George.

O Bispo de Aalborg, cidade na qual o sacerdote reside, pediu ao padre uma explicação por escrito e, em seguida decidirá que medidas serão tomadas.

Espero que realmente tais medidas sejam tomas, mas nada apagará o trauma enfrentado pela filha e, principalmente, pala viúva da falecida. Quanta dor essa mulher deve estar passando! Primeiro perdeu a companheira que amou e com quem viveu os últimos 30 ANOS. Depois, ainda teve de passar por toda essa humilhação, justamente no momento de maior fragilidade, isso tudo aos 80 anos de idade.

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