O silêncio de Dilma no Dia Internacional de Combate a Homofobia

O silêncio vergonhoso da Presidente Dilma Rousseff, em relação ao Dia Internacional de Combate a Homofobia, mostra muito bem o quanto o Governo Federal ignora a gravíssima situação dos cidadãos LGBTs do Brasil. Em 2011, foram 272 assassinatos de LGBTs no país, segundo dados coletados pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), já que não há dados oficiais. Em 2012, como era previsível, houve um agravamento desse quadro: apenas nos dois primeiros meses do ano, foram 80 homicídios no Brasil.

No Dia das Mulheres, Dilma fez pronunciamento na TV; no Dia da Consciência Negra, a  Ministra da Igualdade Racial faz pronunciamento na TV; em honra à memória das vítimas da ditadura, houve um pronunciamento emocionado da presidente, no entanto, no Dia Internacional de Combate a Homofobia um silêncio sepulcral.

Diante disso tudo, não há como negar que há uma má vontade gigantesca do Governo Dilma em relação aos cidadãos LGBTs. E isso nem é novidade, vale sempre lembrar que, após protestos das bancadas religiosas no Congressso, a presidente Dilma Rousseff determinou, em maio do ano passado, a suspensão do "kit anti-homofobia" que estava sendo elaborado pelo Ministério da Educação, e que seria distribuído nas escolas (aqui). "O governo defende a educação e também a luta contra práticas homofóbicas. No entanto, não vai ser permitido a nenhum órgão do governo fazer propaganda de opções sexuais", afirmou Dilma na época.

E é com esse tipo de postura, com essa falta de atenção que vamos afundando ainda mais nesse mar de lama, onde o ódio aos gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros aumenta a cada dia.

Jamais podemos esquecer que, na campanha eleitoral, Dilma fez acordos com várias igrejas evangélicas. Na época a então candidata se comprometeu em deixar a cargo do Congresso Nacional assuntos como aborto, união civil entre homossexuais e outros temas controversos. Dilma, que primeiro sofreu preconceito de parte dos políticos fundamentalistas, finalmente se rendeu a eles.

Não vamos nos esquecer dessas posturas da presidente nas próximas eleições. Esse silêncio terá que ser levado em consideração na hora do voto, e será, com certeza!

Comentários

  1. RICARDO AGUIEIRAS18/05/2012, 08:35

    Ando com muita raiva... fora que ela também orientou o veto à campanha para os gays e LGBT's contra a Aids, este ano... e ver gente , LGBT's, no facebook ainda defendendo a Dilma é demais...
    Beijo,
    Ricardo Aguieiras
    aguieiras2002@yahoo.com.br

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    1. Isso também me irrita profundamente Ricardo. E isso tem nome, se chama FANATÍSMO!

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  2. Ela é horrivel mesmo. Agora diga-me, tinha em 2010 algum candidato melhor? Nao, eles cagam para nosso voto. Até pq nao existe nosso voto, somos desunidos, nao estamos organizados neste sentido assim como todo bom brasileiro so se órganiza para ver futebol, fazer churrasco e ir na nos institutos anti-educacao (vulgas igrejas) nós nao somos dierentes.

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  3. Prezado Julio


    Parabéns pelas reflexões deste texto, o qual já compartilhei no Facebook em vários grupos. Chamo a atenção ao fato de que a cada dia fica mais comprometida a possibilidade de que o Governo Dilma tenha credibilidade para dialogar com as pessoas que lutam contra a homofobia no Brasil.

    É preciso aumentar o tom e intensificar as mobilizações, pois os fundamentalistas religiosos estão deitando e rolando.

    Saudações a quem luta contra qualquer opressão,


    Paulo Mariante

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    1. Muito obrigado Paulo Mariante, vc como sempre muito elegante e generoso. E também concordo que temos aumentar o tom, não é possível que vamos continuar sendo tratados como cidadãos de segunda classe.

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  4. Prezado Julio


    Parabéns pelas reflexões deste texto, o qual já compartilhei no Facebook em vários grupos. Chamo a atenção ao fato de que a cada dia fica mais comprometida a possibilidade de que o Governo Dilma tenha credibilidade para dialogar com as pessoas que lutam contra a homofobia no Brasil.

    É preciso aumentar o tom e intensificar as mobilizações, pois os fundamentalistas religiosos estão deitando e rolando.

    Saudações a quem luta contra qualquer opressão,


    Paulo Mariante

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