Por: Sylvia Maria Mendonça do Amaral
Os frequentes e cada
vez mais assustadores casos de agressão contra homossexuais e
travestis exigiram a criação de projeto de lei que criminaliza a
discriminação contra o segmento LGBT. O projeto visa alterar a Lei nº
7.716/89 que pune atos discriminatórios em função de raça ou cor,
inserindo em seu texto punições para aqueles que pratiquem atos
homofóbicos.
A discriminação contra o segmento faz com que o Brasil ocupe o
primeiro lugar no ranking dos países onde mais se mata em função da
orientação sexual. Erradicar o preconceito é algo que exige
investimentos, planejamento estratégico, dedicação e tempo, com
resultado a longo prazo. Sem trabalhar a amplidão do conceito de
igualdade junto às crianças e adolescentes, o Brasil permanecerá na
mesma posição de líder das tristes estatísticas. Por isso é preciso, com
urgência, adotar medidas para conter o crescente número de agressões,
enquanto não conseguimos fazer com que o preconceito em função da
orientação sexual desapareça no tempo.
Se a homofobia não encontra seu fim por força das alterações
culturais das quais nossa sociedade prescinde, resta ao legislativo a
função de estancá-la, mesmo que de forma artificial. Ou seja,
estabelecendo e impondo punições. Se os homofóbicos levarão tempo para
alterar sua forma de ver o segmento LGBT, percebendo seus integrantes
como detentores do direito à igualdade, puni-los é uma medida de extrema
necessidade e urgência.
O projeto de lei que recebeu o nº 122/2006 foi debatido no último dia
08 de dezembro na Comissão de Direitos Humanos e Legislação
Participativa (CDH) do Senado Federal e teve como relatora a senadora
Marta Suplicy (PT – SP). As discussões envolveram senadores
representantes das bancadas religiosas, em especial a católica e a
evangélica, sabidamente os criadores dos maiores obstáculos para
aprovação de projetos que tenha como fim o reconhecimento de quaisquer
direitos do segmento.
Objetivando a aprovação, a relatora alterou o texto do projeto após
acordo com os opositores, mas diante da tensão que se verificou quando
dos debates, houve por bem adiar a votação. Com isso poderá trabalhar em
busca de maior apoio, já que temeu pelo empate de votos, o que
derrubaria o projeto. Em suma, a discussão da aprovação da
criminalização da homofobia ficou para 2012.
Assegurar ao segmento LGBT os direitos dos quais todos os cidadãos
deveriam gozar é tarefa árdua que não conta com muitos colaboradores no
Legislativo. O Poder Judiciário é o responsável por exercer importante
papel no sentido de tirar das margens da lei essa parcela da sociedade,
fazendo com que encontre a proteção do Estado. No entanto, a lei
estabelecendo punições certamente terá o poder de inibir os homofóbicos,
enquanto o Judiciário consegue apenas, por ora, indenizar suas
vítimas, já que não existem penas a serem aplicadas.
Fonte: Juristas
Fonte: Juristas
E a situação piora quando um religioso manda descer o cacete, entre outras coisas, na televisão em rede nacional, e é inocentado por um juiz que entendeu que isso não tinha problema. Imagine se tivesse sido o contrário, alguém tivesse falado isso sobre os envangélicos, com certeza já estaria até preso por intolerância religiosa.
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