Finalmente o presidente dos EUA, Barack Obama, declarou nesta quarta-feira, que é favorável ao casamento igualitário. "Afirmo que casais do mesmo sexo deveriam poder se casar.", disse Obama em entrevista a rede de TV americana ABC.
A declaração veio após o presidente americano enfrentar grande pressão
por parte do movimento LGBT dos EUA, que vinha acusando Obama de não se posicionar claramente para tentar
conseguir o apoio de eleitores favoráveis e contra o casamento gay. Pressão essa que aumentou bastante nos últimos três dias, depois que seu vice-presidente, Joe Biden,
dizer se sentir "confortável" com o casamento entre pessoas do mesmo
sexo, e também pelo fato do secretário de Educação, Arne Duncan, deixar bem claro que apoia explicitamente
essas uniões. "Eu concluí que, pessoalmente, é importante avançar e afirmar que eu
penso que casais de mesmo sexo devem ter o direito de se casar." Acrescentou Obama.
Em 2008, ainda como o candidato à presidência, Obama disse que
apoiava a união civil entre pessoas do mesmo sexo, mas não o casamento.
Podemos colocar como peso nessa balança, a recente pesquisa realizada pelo Instituto Gallup, que mostrou que 50% dos americanos apoiam o reconhecimento legal dos casamentos homossexuais, contra 48% contrários (aqui).
Obama afirmou que chegou a essa conclusão depois de debater a questão
com membros de sua equipe, com funcionários gays e lésbicas e com sua
própria família durante anos. Segundo ele, os EUA estão cada vez mais
confortáveis em relação ao casamento gay, citando como exemplo a opinião
de suas próprias filhas sobre o assunto.
"É interessante, porque parte disso (dessa discussão) é também
geracional", disse. "Malia e Sasha (filhas) têm amigos cujos pais são
casais homossexuais. Houve momentos em que eu e Michelle conversamos com
elas durante o jantar, e expressaram seu desconforto com a
possibilidade de os pais de seus amigos serem tratados de forma
diferente. Isso não faz sentido para elas e, francamente, esse é o tipo
de coisa que estimula uma mudança de perspectiva."
Ele também mencionou os militares homossexuais que, apesar do fim de uma lei que os obrigava a esconder sua orientação sexual sob pena de exclusão, sentem-se "limitados (...) porque não podem se unir em matrimônio".
Além disso, o presidente afirmou que havia conversado com estudantes
republicanos que, mesmo manifestado suas divergências em relação à sua
política econômica ou diplomática, "acreditavam na igualdade" em matéria
de direitos dos homossexuais.
Na mesma entrevista, Obama confessou que sua visão sobre o casamento gay mudou durante os anos, em parte devido a conversas com amigos que são gays.
"Eu hesitei na questão do casamento porque eu pensava que a união
civil já seria suficiente", disse Obama. "Eu era sensível ao fato de
que, para muita gente, a palavra casamento invoca poderosas tradições e
crenças religiosas", disse, e foi além: "mas eu sempre tive a convicção
de que gays e lésbicas devem ser tratados de forma justa e igual".
Obama também teria ficado "desapontado" com a proibição do casamento gay na Carolina do Norte, aprovada por 58% dos
votos contra 42% contra. Segundo o
porta-voz da campanha de Obama, Cameron French, após o resultado da votação, o presidente teria taxado a decisão de "dicisiva e
discriminatória".
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