Pastor Marco Feliciano faz críticas ao Conselho Federal de Psicologia

Pronunciamento do Deputado e Pastor Marco Feliciano (PSC/SP) proferido ontem à noite no Plenário da Câmara dos Deputados, citando o Conselho Federal de Psicologia e o Dr. Humberto Verona, e criticando o posicionamento do CFP quanto ao PDC 234/ 2011. É impressionante a obsessão desses fundamentalistas religiosos em relação a orientação sexual alheia. Isso sim é patológico. Isso sim deveria ser tratado por psicólogos e psiquiatras. Leiam atentamente os absurdos proferidos pelo deputado. Ao final trago as resoluções dos Conselhos e Associações competentes sobre a homossexualidade. Vejamos quem, de fato, têm razão!

"Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, uso desta tribuna para denunciar uma ditadura que se instalou no Conselho Federal de Psicologia. Não é a primeira vez que manifesto sobre esse Conselho, mas agora as declarações do Presidente daquele Conselho, Senhor Humberto Verona, quando critica Projeto de Lei que tramita nesta Casa de Leis, pretende com isso desviar o foco para o Legislativo. Lembro ao Senhor Presidente do Conselho Federal de Psicologia, que as Leis que criaram os Conselhos saíram desta Casa, e, tem como escopo trazer o melhor para a maior quantidade de pessoas, e se, a sociedade que é dinâmica em outro momento sentir necessidade de aprimorar os diplomas legais, a iniciativa tem de partir desta Casa de Leis e a maioria aqui representada vê seus anseios correspondidos. Declarações desse tipo, como a manifestada, pelo Presidente do Conselho Federal de Psicologia, só afronta as Instituições, com isso desacreditando sua própria Instituição, pois quem exterioriza descontentamento com possíveis Leis que venham a ferir seus interesses, se caracteriza como uma pessoa autoritária. Devo lembrar ao Senhor Humberto que os Conselhos profissionais foram criados para aprimorar as relações profissionais com o povo e não para manipular seus filiados com posições maniqueístas e enfatizando as políticas de cunho ideológico. A assertiva de que homossexualismo não é doença é polemica, pois o médico Psiquiatra Dr. Marcelo Caixeta, afirma que quem pode determinar se é doença ou não, não é o Conselho de Psicologia e sim o médico e segundo o Dr. Caxeta, ao definir se a homossexualidade é ou não doença, o Conselho de Psicologia estaria extrapolando suas atribuições. Além disso, afirma o Psiquiatra, o Conselho não pode legislar sobre o que o profissional faz 'como o médico, o psicólogo deveria poder adotar o tratamento que quiser'. Não pode o Conselho continuar a tratar os psicólogos como se fossem profissionais incapazes de discernir o que é melhor para o exercício profissional. Aconselho esse referido Senhor, a não comprar briga com seus próprios colegas e que se abra o diálogo, para de uma vez por todas resolver esse imbróglio e que voltem esses profissionais ao trabalho, tão importante, para todos que precisam de cuidados, cessando essa demanda que tem ocupado cada vez mais espaço na mídia, mas de forma negativa, pois o que se vê é total falta de sintonia entre os membros de tão honrosa profissão, que é a dos Psicólogos. Muito obrigado!"

Agora vamos aos fatos: a Associação Americana de Psiquiatria retirou a orientação sexual da lista de transtornos mentais em 1973. Em 1975, a Associação Americana de Psicologia aprovou a resolução apoiando e adotando esta decisão. Em 1984, a Associação Brasileira de Psiquiatria aprovou a seguinte resolução: "Considerando que a homossexualidade não implica prejuízo do raciocínio, estabilidade e confiabilidade ou aptidões sociais e vocacionais, opõem-se a toda discriminação e preconceito contra os homossexuais de ambos os sexos". O Conselho Federal de Psicologia deixou de considerar a orientação sexual como doença ainda em 1985. No dia 17 de maio de 1990, a Assembleia-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da sua lista de doenças mentais. Por fim, em 1991, a Anistia Internacional passou a considerar a discriminação contra homossexuais uma violação aos direitos humanos.

Portanto, entre o que afirma - sabe-se lá com quais objetivos - o deputado e pastor evangélico Marco Feliciano, e o que dizem TODOS esses Conselhos e Associações, eu fico, evidentemente, com a segunda opção. 

Comentários

  1. Bem, no que me diz respeito, este pastorzão picareta é um patifão federal cuja LGBTT-fobia caracteriza o que para mim é verdadeiramente uma doença mental: a fé obtusa que desmancha o cérebro e impede que o infectado pense.
    É o mesmo que disse que sentimentos homoafetivos são podres, o que é evidente ofensa ao meu filho e a todo o povo LGBTT.
    Pois reafirmo minha posição: LGBTT-fobia eu tratarei a pontapés, ainda que metafóricos, por enquanto.
    De outra banda, os intolerantes e os que odeiam em nome de deus é que haverão se sentir-se acuados.
    Eles é que deverão envergonhar-se do que dizem, fazem e pregam.
    Meu filho e qualquer um do povo LGBTT não tem nada que esconder-se, que anular-se, que negar-se.

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