Carta de um pai admirável!

Essa carta foi publicada no Blog do meu querido amigo Paulo Roberto Cequinel. Sempre fico muito emocionado pela forma como esse pai maravilhoso defende seu filho. Ahhh Paulo, quem dera todos os pais fossem iguais a você! Mães que defendem um filho homossexual, até vemos com bastante frequência, mas pais, nesse mundo machista? Certamente você é uma raridade meu querido!

"Carta aberta a Aluízio Mercadante, Ministro da Educação que se borra de medo da imundície da Bancada LGBTT-fóbica Evangélica


Li, coisa de uns dez dias, esta inacreditável declaração do Ministro Aluízio Mercadante: 

“Precisamos fazer uma pesquisa mais aprofundada e cuidadosa sobre como construir um diálogo que respeite a diversidade em todas as suas formas, a pluralidade. Vamos ter que estudar mais a fundo a homofobia e como dialogar [com os setores da sociedade], porque o enfrentamento direto, eu acho que não vai ajudar. Simplesmente lançar um material didático, produzir um vídeo e lançar na escola, isso não vai resolver”.

Quer pesquisas, ministro?

Mande um dos seus assessores que pesquise e lhe apresente os números mais recentes e constate que todos os dias, religiosamente (se me permite a ironia), um integrante do povo LGBTT é assassinado, no mais das vezes com requintes de extrema crueldade.

Quer diálogo, ministro?

Eu também gostaria de conversar com as imundícies que se reúnem na frente parlamentar do ódio religioso, inclusive e especialmente com os petistas, para entender porque meu filho mais novo, que é gay e decidiu viver sua sexualidade aberta e publicamente, constitui ameaça às famílias e mesmo à nossa existência, mas não há tempo para sentar-me com quem não quer dialogar, ministro: meu menino pode ser alcançado pelo ódio de origem religiosa a qualquer momento.

Quer estudar mais a fundo e compreender a homofobia, ministro?

Pois eu não tenho nem tempo e muito menos paciência para aprender o que já sei: o ódio de origem religiosa está a discriminar, humilhar, ameaçar e a matar o povo LGBTT, e no Brasil a matança é diária, e eu tenho o dever incontornável de amar e defender meu filho.

Quer mesmo saber mais sobre homofobia, ministro?
É simples, basta chamar as famílias atingidas pela tragédia da violência LGBTT-fóbica, as entidades e militantes LGBTTs e meninos e meninas adolescentes que abandonaram a escola por conta da intolerância e do preconceito.

Se um governo do PT é incapaz de enfrentar a bancada do ódio religioso, se o governo que ajudei a eleger se borra de medo diante dos arreganhos de imundícies como Garotinho, Marco Feliciano e João Campos, trate, ministro, de chamar a CUT, as bases do PT, a militância LGBTT de esquerda, convoque as famílias atingidas pela violência endêmica praticada contra o povo LGBTT, chame homens e mulheres de fé e de boa vontade que não são intolerantes: nós os enfrentaremos, ministro.

Eles é que devem envergonhar-se do que pregam e fazem, eles é que devem ficar acuados, eles é que devem temer a lei, a justiça e a nossa luta, mas permita-me a dura e necessária franqueza, ministro: o governo que ajudamos a eleger tem o dever de levantar-se e encarar essa gente obtusa. De frente!

Eles são muitos? Nós somos o mundo!"

(Paulo Roberto Cequinel)

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