Camarões: duas mulheres serão julgadas na próxima semana por serem lésbicas

Alice Nkom
Organizações protetoras das minorias sexuais vêm alertado, que duas mulheres foram detidas na pequena cidade de Ambam, na região sul de Camarões, e serão julgadas por serem lésbicas na próxima semana. Além disso, dezenas de homossexuais foram presos nos últimos meses, por conta das leis homofóbicas do país africano.

Por meio da plataforma de coleta de assinaturas All Out, vários grupos tem denunciado à comunidade internacional o caso de Esther e Pascaline. As duas mulheres são acusadas de serem lésbicas, o que é ilegal segundo as leis homofóbicas da região. As penas podem ser: aplicação de multas ou prisão para os acusados ​​de conduta homossexual.

Esther e Pascaline foram presas em fevereiro depois de uma denúncia feita à polícia. Antes da prisão, tiveram que ouvir a população local gritar: "são bruxas que merecem a morte!".

O julgamento deverá acontecer uma semana após uma decisão judicial que adiou a audiência de apelação de Mbede Roger Jean-Claude, um camaronês que foi condenado a três anos de prisão por enviar mensagens de texto "gay", e foi supostamente abusado sexualmente durante sua prisão.

A advogada Alice Nkom, uma proeminente ativista africana dos direitos humanos e da diversidade sexual, será a responsável por representar as duas mulheres, que a princípio acontecerá na próxima quinta-feira.

Nkom já disse em várias ocasiões, que está muito preocupada com a crescente perseguição aos homossexuais no país Africano. Ela lembra, que as pessoas condenadas por serem gays  - que podem ficar presas por até cinco anos - também irão sofrer torturas físicas pelos outros detentos e funcionários.

É verdade que a atual situação da maioria dos países africanos é bem pior que a nossa. Mas, não se enganem, existe todo um movimento aqui no Brasil que está se esforçando ao máximo para que nossa realidade seja a mesma. E, se não agirmos de maneira rápida e incisiva, eles irão conseguir.

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