Diretora de albergue justifica estupro de adolescente por ele ser gay

Corina Escobedo(esq.), Ana Jara(dir.)

O menor C.D.S. (16) foi, sistematicamente espancado e estuprado, durante oito meses por seus colegas no abrigo "Hogar San Francisco de Asís" no Peru, no distrito de San Miguel.

A denuncia foi feita por Corina Villacorta, ou simplesmente tia Escobedo, como é chamada carinhosamente pelo adolescente. Ela revelou que o jovem entrou em contato com ela a uma semana pedindo ajuda. "Quando o visitei na última sexta-feira, ele me disse : tia, eu fui violado pelos meus colegas na presença de um tutor", declarou Escobedo, incapaz de esconder sua raiva diante do ocorrido.

Escobedo disse que o rapaz estava deprimido, e que tinha vários hematomas espalhados pelo corpo. Além disso, ela revelou que a vítima lhe disse que já tinha sido repetidamente violado, mas que suas queixas foram ignoradas, porque a direção do abrigo ordenou silêncio. "Sua tia está doente, uma notícia assim vai fazê-la piorar", teriam dito ao menino.

Com muita raiva, Corina teria interpelado a diretora do Abrigo, Cecilia Adrianzén, para reclamar sobre o ocorrido, no entanto, para sua surpresa, a diretora tentou justificar as graves violações. "Ela disse que o menino havia sido registrado como um homossexual, portanto, todos aqueles que o rodeavam tinham de violá-lo".

Além desse grande absurdo, a diretora teria dito, de maneira arrogante e insolente, que não se importava se a denúncia fosse parar na imprensa.

Consternada Corina resolveu fazer no sábado uma reclamação ao Gabinete da Família. Nesse meio tempo, o jovem fugiu do abrigo, com medo de ser agredido novamente. Felizmente a polícia encontrou o menino, e por ordem do INABIF (El Programa Integral Nacional para el Bienestar Familiar), o menino foi transferido para o hospital San Miguel de Arcanjo.

O garoto foi submetido a exames médicos, para confirmar seu estado de saúde e os resultados serão anunciados durante esta semana. Corina Escobedo confessou que o jovem não tem ninguém para protegê-lo. Desde muito cedo sofreu maus tratos da mãe, Gabriela Serna, conhecida em seu bairro por ser uma mulher, violenta e alcoólatra.

"Desde quando ele era muito pequeno eu sempre cuidei desse menino, sua mãe nunca o quis do seu lado. Há oito meses ele veio parar no abrigo São Francisco de Assis, mas agora, depois de tudo o que aconteceu, tomarei as providências necessária para tê-lo comigo, e darei tudo de mim para que ele tenha um futuro melhor", disse Escobedo Villacorta.

A Ministra da Mulher, Ana Jara, disse que irá punir drasticamente os autores deste ato hediondo, logo que saiam os resultados da investigação da Procuradoria da Família. "As crianças do INABIF devem sentir que têm de fato um ministério para protegê-las", disse ela.

Ana Jara disse que o diretor e o tutor do abrigo São Francisco de Assis foram suspensos do serviço. Ela também anunciou que se realizarão inspeções, sem avisos prévios, nos albergues supervisionados pelo INABIF, para se verificar a situação das crianças.

A Ministra enfatizou que seu ministério irá proporcionar todas as facilidades possíveis para que Corina Escobedo consiga a custódia do adolescente, e disse que este processo vai demorar no máximo cinco meses.

O Gabinete do Procurador de Justiça informou que vai prestar consultoria jurídica para o menino, e irá acompanhar as investigações para esclarecer os fatos.

Quando pensamos que nada mais irá nos chocar, eis que somos surpreendidos por uma notícia como essa. Então quer dizer que o fato do menino ser homossexual, faz dele um objeto a ser abusado? O fato dele ser gay autoriza a quem quer que seja de espancá-lo e estuprá-lo?