Congresso sobre HIV é atacado por multidão na África

Alan Ragi (a dir.)
Na quinta-feira passada um grupo de pessoa atacou um seminário sobre prevenção ao HIV em Mombasa, no Quênia, chegando mesmo a agredir os participantes que não conseguiram escapar a tempo. As vítimas estavam participando de um encontro organizado por um Consórcio de ONGs Contra o HIV do Quênia, como parte de um projeto destinado a homens que fazem sexo com outros homens, para maiores informações sobre o HIV.

Os participantes também recebiam aconselhamentos sobre opções de tratamento e apoio em caso de infecção. No entanto, um grupo organizado de moradores, que já havia alertado os meios de comunicação sobre o ataque, pedia o cancelamento das atividades acusando os participantes de "propagar a homossexualidade na comunidade". Algumas vítimas do ataque conseguiram escapar, mas os que não conseguiram foram espancados, e sofreram cortes, várias contusões e um dedo quebrado.

Aparentemente o ataque foi muito bem recebido por alguns líderes religiosos (neste caso muçulmanos) e os outros cidadãos da comunidade. Segundo o executivo-chefe do consórcio, Alan Ragi, o incidente foi uma surpresa já que sua organização tem feito, a anos, outros workshops como este em todo o Quênia e, embora a homossexualidade ainda seja ilegal no país, "em geral temos recebido apoio ao nosso trabalho, tanto por parte do governo como da comunidade". Alan acrescentou que vai continuar as suas atividades, apesar do incidente, mas enfatizou a necessidade de se tomar mais cuidado e manter em segredo os detalhes das próximas reuniões.

E ainda dizem que as religiões têm um caráter divino, pois sim. O que há de divino nisso? Essas religiões têm jogado a África num obscurantismo absurdo por décadas (aqui). Já passou da hora das organizações internacionais intervirem.

Comentários

  1. A matéria é relevante e o comentário sobre o obscurantismo das religiões é inicialmente perfeito - até que chega à frase "Já passou da hora das organizações internacionais intervirem."

    As religiões têm atuação obscurantista em qualquer lugar do mundo. Por que não se pede intervenção das organizações internacionais no Vaticano? Contra os neo-evangélicos do Brasil? Acontece que é na África, e África é o quintal da mãe Joana, não? Lá, desde o congresso de Berlim em fins do século XIX tudo é pretexto pra qualquer um intervir.

    A situação é terrível mesmo, mas - quê organização internacional, quê outros povos tem moral para pretender corrigir barbaridades na África? Via de regra, AS CULTURAS ORIGINAIS AFRICANAS NÃO TÊM PRECONCEITO CONTRA A HOMOSSEXUALIDADE. Por séculos a África foi assolada por missionários colonialistas tanto cristãos quanto islâmicos, tentando convencê-la de que era primitiva, e de que para ser civilizada precisava aceitar os valores dos colonialistas. Taí, pronto, agora aceitou. E são os mesmos povos de fora que agora terão alguma autoridade se disserem "não, mudamos de ideia, agora civilizado é ser gay?"

    Também estou preocupadíssimo com nossos queridos imãos africanos - mas é preciso refletir e informar-se muito bem antes de começar a clamar por MAIS UMA intervenção externa nesse continente que chegou a viver tempos de felicidade maior que qualquer outro antes que gente de fora se arrogasse o direito de intervir, por um motivo ou por outro.

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