"Casamento gay? Farei assim que a lei permitir", diz reverendo

Entrevista do reverendo Aldo Quintão, 49, da Catedral Anglicana de em Santo Amaro (SP), dada ao jornal Folha de São Paulo.

Esse brasiliense, que já foi engraxate em Taguatinga, iniciou sua trajetória em Itu (SP) e hoje conquista seus fiéis com um discurso liberal, onde defende o direito ao aborto e o respeito aos gays.

Qual é o maior pecado paulistano?
O individualismo, que se traduz na insensibilidade diante dos dramas sociais. Precisamos de mais solidariedade. Parece óbvio, mas é muito difícil encontrar isso em uma cidade como São Paulo.

Por que dizem que o sr. é liberal?
Talvez porque debato questões polêmicas e defendo minorias. Temas como o direito ao aborto, os estudos com células-tronco, o respeito aos gays e o uso de anticoncepcionais devem ser abordados. Quero discutir o que é o mundo contemporâneo -e não o que é a igreja.

São Paulo é uma cidade liberal?
Por um lado, é liberal. É uma metrópole gigante, que garante o anonimato. Por outro, é conservadora nas relações entre conhecidos. Somos liberais enquanto cidade e conservadores enquanto família.

Quem frequenta a Igreja Anglicana?

Todos são bem-vindos. Inclusive gays assumidos, divorciados e fiéis desiludidos com outras religiões. O mundo moderno é marcado por uma sociedade plural. Na minha leitura do Evangelho, todo mundo tem o direito de ser feliz. Aqui, as pessoas sentem que as diferenças são respeitadas.

Quais foram os casamentos mais marcantes que realizou?
Foram dois extremos. Um foi a união de dois amigos de infância, num rancho em Pindamonhangaba (SP), onde brincavam quando crianças. O outro foi o casamento do cantor sertanejo Bruno, no Terraço Daslu. Adoro música sertaneja. De repente, vi que estava celebrando uma missa para Chitão- zinho, Daniel e Michel Teló. O próximo noivo famoso é o cantor Paulo Ricardo.

Quantos casamentos já celebrou?

Já fiz mais de 3.000 casamentos, 90% em São Paulo. Casei evangélicos, hindus, judeus, muçulmanos, grávidas, desquitadas e por aí vai. Casamento gay? Farei assim que a lei permitir.

Comentários

  1. RICARDO AGUIEIRAS29/02/2012, 10:29

    Conheço ele de perto... parabéns por sua postura e coragem, Reverendo Aldo Quintão! Mas, sério, não entendi uma coisa na manchete da notícia: O que tem religião a haver com Lei? Um reverendo não pode realizar casamento gay em sua igreja? Que lei impede o casamento gay nas igrejas , anglicanas ou não? Precisa esperar a Lei? Lei não é questão de juiz?
    Ricardo Aguieiras
    aguieiras2002@yahoo.com.br

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