"Não há
homofobia se você não se comportar como gay, mas não há igualdade se
você não puder ser você mesmo por medo. Deixe esse seu enfadonho cagaço
de lado e vá enfrentar o mundo!"
"Não, não é pra sair por aí esfregando o Edi em faces alheias, não se
trata de sem-vergonhice em público - ou sim, mas sendo, é uma
sem-vergonhice aceita, aliás, é uma sem-vergonhice que até passa
despercebida - falo de demonstrações públicas de afeto, falo de beijos,
abraços, mãos dadas e essa frescura toda, frescura essa que cansamos de
ver sendo realizada e até extrapolada por casais hétero em toda a parte;
Shoppings, terminais, ônibus, ruas, praças, escolas e aonde vão os
pombinhos.
É extremamente raro e até
me é estranho ver um casal gay nessas situações, a maioria deles, por
medo da homofobia e da violência, preferem se comportar como amigos, sem
mãos dadas, sem beijos e sem a semi-putaria que é tão comum entre
casais apaixonados. Já não bastasse ser raro ver um casal gay, é quase
impossível ver os mesmos se comportando como tal. A maioria escolhe um
comportamento "escroto-tele
novelesco" em que os dois interpretam uma dupla de amiguinhos. Esse
comportamento não só ajuda a sustentar o já tão bem criado preconceito,
como também ajuda a reprimir todos os direitos que dizem respeito à
igualdade sexual.
O que eu vou dizer pode e provavelmente tem uma
parcela de loucura, mas se não houverem denúncias por homofobia,
processos e babados, estaremos fadados ao fingimento eterno e a
involução da aceitação de homossexuais por parte da sociedade. Se você
acha que não é adequado uma criança te ver de mãos dadas com uma pessoa
do mesmo sexo, e acha que é comum ela ver uma casal hétero em quase
coito na rua, é melhor você rever seus conceitos de bons costumes. E se
você, pai tem essa mesma ideia é melhor você parar de criar um filho
babaca, e ensinar pra ele que amor é amor, independente de tudo, o amor é
universal e livre. Livre de tudo. Menos da babaquice do homem, que faz
questão de tornar algo tão natural, um verdadeiro escândalo.
Em suma: Se vocês forem namorados e não se comportarem como namorados,
nunca serão vistos nem aceitos como namorados, e se não forem vistos
nem aceitos, jamais terão coragem de agir como namorados. Entenderam?"
Fonte: Um Garoto Diferente
Gostei muito desse texto. Justamente por isso pedi permissão ao autor para publicá-lo. Óbvio que nem sempre é possível sair por ai demonstrando nosso afeto em público. Em certos locais e situações, devemos, antes de mais nada, cuidarmos de nossa integridade física, mas se ficarmos fingindo o tempo todo, nunca iremos conquistar nossa plena cidadania. Parabéns Gabriel, mandou muito bem!
Não sou a favor de um gay se tratar como viado, e muito menos como cagão. Desculpa, mas também acho o radicalismo impensado. Ninguém precisa copiar padrões e nem valores hetero-normativos.
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