Três muçulmanos são condenados por homofobia

Três muçulmanos foram condenados nessa sexta-feira, em Londres, por incitar o ódio aos cidadãos LGBTs. Os três religiosos foram presos depois de distribuir panfletos pregando a pena de morte aos gays em uma mesquita da cidade de Derby, no ano de 2010. Eles também distribuíam o material em caixas postais da cidade. Os folhetos mostravam um manequim pendurado em uma corda e traziam orações islâmicas, e dizia ainda que a palavra gay era o acrônimo de God Abhor You (em inglês, Deus abomina você).

A pena de Ihjaz Ali, de 42 anos, Kabir Ahmed, de 28 e Razwan Javed, de 27, só será anunciada no próximo dia 10 de fevereiro, e será a primeira baseada na lei anti-homofobia  britânica que entrou em vigor em 2010. Dois outros homens, Mehboob Hussain e Umar Javed, que foram acusados ​​do mesmo crime, foram inocentados. Vale ressaltar que, essa mesma lei foi duramente criticada pelo Papa Bento XVI, que na época havia dito que, "a lei impõe limites injustos a liberdade das comunidades religiosas". O Papa, como sempre, confunde liberdade religiosa, com liberdade de fazer apologia a violência, mas isso já nem é uma novidade.

Os criminosos justificaram a ação no tribunal, como sendo um ato público contra a parada gay da cidade. Os religiosos disseram que sua intenção não era ameaçar ninguém, mas disseminar a visão do Islã sobre a homossexualidade.

Para o promotor, Bobbie Cheema, os folhetos são "assustadores e desagradáveis". "Esses cinco acusados, ​​fazem parte de um pequeno grupo de homens que distribuem mensagens horríveis, ameaçadoras, com citações de fontes religiosas e com fotos degradantes, projetados para atiçar o ódio e a hostilidade contra pessoas homossexuais".

Uma testemunha do caso, que é homossexual, disse no tribunal que recebeu o panfleto ofensivo duas vezes em sua caixa postal. Ele disse ter se sentido "horrorizado" na primeira vez que recebeu a mensagem. Na segunda ocasião, chamou a polícia após ler a defesa da pena de morte para os gays no material. "Eles me fizeram sentir horrorizado na minha própria casa. As vezes eu penso se não posso encontrar uma carta bomba na minha caixa postal ou ser atacado na rua", disse.

Para Ben Summerskill, líder do grupo de direitos LGBTs Stonewall, comemorou a condenação. "Estamos satisfeitos ao ver estes extremistas condenados por distribuir folhetos ofensivos e incitadores que sugerem que os gays devem ser queimados ou apedrejados até a morte", declarou.