Porque não precisamos de máscaras!

Eu não posso ser considerado, por assim dizer, um militante de fato. Afinal de contas, nunca participei de nenhuma reunião de grupo, não sou filiado a nenhuma organização, ainda assim e, apesar disso, escrevo coisas, participo de debates e tento, dessa forma, fazer algumas pessoas entenderem que, minha sexualidade não define meu caráter, não interfere na sexualidade dos outros, não aumenta o aquecimento global, não eleva os índices inflacionários, não aumenta a fome no mundo, não causa terremotos - sim, já li esse tipo de coisa, duvida? Leia aqui -, enfim, minha sexualidade é só minha, faz parte da minha vida e eu não tenho porque escondê-la, nem tentar mudá-la, até porque, isso seria impossível. Aliás, não deveria sequer ter que explicá-la.

Minha sexualidade é imutável, incomparável e inigualável, simples assim! Claro que eu poderia deixar de exercê-la, mas por quê? Para quê? Por qual razão teria eu que me mutilar, me despedaçar e abrir mão da minha sexualidade, do meu afeto, do meu amor, da minha dignidade, da minha cidadania e da minha felicidade? Para satisfazer o ideal tacanho e preconceituoso de quem enxerga tão pouco? Por que teria eu de perder tanto, em troca de tão pouco?

Não, não vou me torturar só porque alguém, por conta de uma crença, conceito moral, ideia preconcebida, ou sei lá que merda seja, colocou em sua cabecinha oca, que o fato de eu amar um outro homem me torna um cidadão de segunda classe, um degenerado, ou um mero pecador. Não vou, não existe a menor possibilidade de eu abdicar do legítimo direito de ser quem sou. Não vou me obrigar a viver uma mentira, por conta da falsa e hipócrita noção de moral daqueles que insistem em me condenar. E sabe por quê? Porque não preciso de disfarces. Não preciso me fantasiar de algo, ou alguém, que não sou. E, simplesmente, porque não preciso de máscaras!

Minha sexualidade não é uma doença, mas sim a homofobia que a classifica como tal. Está muito claro que a homossexualidade sempre existiu e continuará existindo, mesmo que se xingue, que se bata e que se mate, ela ainda assim continuará existindo. O que, provavelmente, deixará de existir é justamente esse preconceito bolorento, essa intolerância que mata a todo momento, essa homofobia selvagem e hipócrita. Mesmo que isso dure muito, muito, muito tempo para acontecer. E só o deixará por conta da nossa luta, da nossa persistência, da nossa resistência. Quando saímos dos armários e assumimos nossa sexualidade, ai nesse exato momento, começa nossa revolução.

Comentários

  1. RICARDO AGUIEIRAS30/01/2012, 08:19

    Muito bom!!! Eu adoro esse texto teu, Júlio!!! E a imagem é perfeita!
    Beijos,
    Ricardo Aguieiras
    aguieiras2002@yahoo.com.br

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  2. Parabéns pelo belo texto. Hiper compartilhado.
    Bjus no coração, do amigo,
    Allan Ponts

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  3. Muito obrigado Ricardo e Allan, me sinto honrado com seus elogios, vcs são grandes caras e grandes guerreiros nessa luta diária contra o preconceito.

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  4. Muito bom o textoParabens!
    Não vou, não existe a menor possibilidade de eu abdicar do legítimo direito de ser quem sou.

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  5. simplismente faaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaantastico!! isso prova q temos cultura! adoreiiiiiiiiiiiiiii..... esse TEXTO!! lie o seu texto na faculadde foi um susesso!! mas um aluno falou algo q me chamaou a tençao!! o preconceito so tera um fim!! quando os "gays" se respeitarem a si mesmo!! alguem duvidaaaaaaaaaaa disso????

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