Rádio italiana proibe uso da palavra "preservativo" em suas transmissões.

No último dia 01 de dezembro - dia mundial de combate a AIDS - a RAI 1, uma das principais rádios públicas da Itália, em momento algum usou a palavra "preservativo", "camisinha", "profilático", ou qualquer de seus derivados, nem tão pouco alguma referência a data.

Mais absurdo que isso, foi o fato do Ministério da Saúde ter deixado de fazer qualquer declaração em relação ao HIV e a AIDS durante todo o dia. Segundo o Jornal italiano "Corriere della Sera", não se trata apenas de uma trágica coincidência. O Jornal teve acesso a um e-mail recebido pelos trabalhadores da rádio pública, onde foram orientados a evitar usar esses termos em suas transmissões naquele dia.

O suposto e-mail teria sido assinado por Laura De Pasquale, assistente do diretor da rádio Antonio Preziosi. No texto, havia o seguinte alerta: "Queridos: nas últimas horas o Ministério (da Saúde) tem reafirmado que em nenhuma intervenção se faça referência a palavra profilático".

Associações gays italianas não acreditam que seja uma coincidência o fato do ultra católico, Renato Belducci, ser o novo Ministro da Saúde da Itália. Pior, suspeitam que o próprio Vaticano esteja por trás desta ordem.

Como forma de protesto, um enorme preservativo de quatro metros de altura foi colocado em frente a Câmara dos Deputados. O evento foi promovido por grupos em defesa da igualdade como o "Arcigay", cujo presidente, Aurelio Mancuso, disse que "estamos querendo dizer ao governo de Mario Monti, que para economizar nos custos da saúde, se deve investir na prevenção." Paola Concia, a única parlamentar abertamente lésbica, e que apresentou um projeto de lei para a instalação de máquinas de venda automática de preservativos nas escolas, também estava presente no evento. Como era de se esperar, a RAI 1 não cobriu o evento.

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