Ativo ou Passivo?

Reza a lenda que, ativo é aquele que usa o órgão sexual, dedos, língua e/ou objetos para penetrar, passivo é aquele que dispõe seu orifício anal ou bucal para a penetração. Mas será que é isso mesmo?

Vejamos: ativo é quem coordena, se movimenta, corre atrás, não espera acontecer. Já o passivo é aquele que se acomoda, fica parado, espera ao invés de ir atrás, recebe o que o ativo lhe oferece. Ou seja, nem sempre o "ativo" (que penetra) é realmente o ativo da história, e, vice-versa. Existe essa falsa ideia de que, o homem ou mulher passivos, são doces, delicados e que se submetem ao parceiro dominante.

No universo LGBT, alguns não satisfeitos com o preconceito que já sofrem da sociedade heteronormativa, por não se encaixarem nesse modelo de comportamento moral e, visto como o ideal, criaram padrões de comportamento e etiquetas estereotipadas, discriminando, rotulando e debochando dos ditos "passivos" e daqueles que subvertem esses padrões.

Por essa ótica estereotipada, o gay mais delicado - afeminado - é sempre o passivo; já o mais "discreto" - masculino - é sempre o ativo. Trata-se de uma leitura rasa dos fatos. Uma  tentativa de transportar para as relações homossexuais o padrão macho/fêmea das relações heterossexuais, onde a mulher hétero (passiva) é penetrada pelo homem hétero (ativo), isso levando em consideração um modelo heterossexual tradicional, já que nem todos se limitam a isso.

No entanto, não existe um padrão, uma forma ou regra definida. Entre ativos e passivos não há uma linha divisória tão clara, não existem limites tão pré estabelecidos assim. Tudo isso depende de cada situação e de cada pessoa. Cada um tem sua forma de ser, sentir e agir. E, conforme a situação e a pessoa com quem está/estará acompanhada.

Comentários

  1. RICARDO AGUIEIRAS04/12/2011, 11:12

    Amei! Já havia te dito o que achava deste texto perfeito. É ótimo que retornemos sempre a essa discussão e saber que se reproduzimos estruturas de poder também no nosso quarto e na nossa cama, que isso seja consciente e uma escolha nossa, não apenas uma busca heteronormativa.
    Beijos,
    Ricardo Aguieiras
    aguieiras2002@yahoo.com.br

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  2. também adorei o texto. COnheço amigos que são super afeminados e são ativos...não gosto de rotulos, essa coisa que se vc é de um jeito tem que fazer isso ou aquilo. NO amor, no sexo, é tudo livre, não gosto dessa coisa que o povo fica falando...se vc é isso ou aquilo.

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  3. E o pior é que realmente existe muito preconceito internalizado.

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  4. Bem de acordo com o que discutimos recentemente vis Facebook. Parabéns pela dissertação.

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  5. #fato. Muito bom o texto. Acho que devemos parar de rotular as pessoas. Não existem padrões definidos para rotular ativos e passivos. Acho que o casal nas circunstancias que vivem desenvolvem a sua melhor forma de prazer mútuo e mesmo só, cada qual, independentemente do seu jeito de agir, tem suas preferencias. Não exitem uma regra para ser ativo ou passivo.

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  6. Realmente. seja do jeito que for, cada um se espressa da maneira que quizer, "liberdagem de expressão"; No amor vale tudo.

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