O ex-presidente Botswana apoia descriminalização da homossexualidade

Dezessete por cento da população de Botswana é HIV+. Esse quadro alarmante fez o ex-presidente, Festus Mogae, dizer que a homossexualidade deve ser descriminalizada. Ele acredita que isso pode ajudar a combater as altas taxas de contaminação pelo vírus no país africano.

Falando para a "BBC's Africa Network", Mogae disse que enquanto não se "entender" a homossexualidade, gays e lésbicas não devem ser presos. "Eu não entendo isso (homossexualidade). Sou um heterossexual! Eu olho para as mulheres. Eu não olho para outros homens. Mas há homens que olham para outros homens. E eles também são cidadãos."

"Para protegê-los de serem infectados com o HIV, você tem que ajudá-los a se protegerem. Eu não acho que prendê-los irá ajudá-los."

Mogae, apoiado pelo chefe do "Government-backed Aids Council", acrescentou que a recusa do governo em distribuir preservativos aos prisioneiros estava agravando problema do HIV.

"Se as pessoas vão para a prisão como 'HIV negativos' e saem de lá como 'HIV positivo', isso significa que as prisões, independente do que digam as leis, são uma das maiores fontes de infecção", disse.

A homossexualidade entre homens e mulheres é ilegal no país e os relacionamentos gays são considerados tabus.

A fome, a miséria, os baixíssimos níveis de escolaridade, aliados a uma massifica influência de fundamentalistas religiosos - principalmente neopentecostais americanos - fazem dos países africanos um terreno fértil para todo tipo de preconceito e intolerância. Cabe aos países mais desenvolvidos a tarefa de reverter esse quadro, e com urgência. 

Comentários