Ontem, no caderno "MegaZine" do jornal O Globo, um artigo
intitulado "De pai para filho" abordou, entre outras
questões, o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Participaram
da entrevista o musico Dado Villa-Lobos, 46, seu filho Nicolau, 23; o
surfista Fábio Gouveia, 41, Ian 18; o cantor Fábio Jr, 57, Fiuk,
20; o Senador Lindbergh Farias, 41, Luiz, 15; o empresário Fred
d'Orey, 48, Martim, 16; o físico Marcelo Gleiser, 52, Andrew, 22; o
ex-jogador de futebol e atual comentarista esportivo Júnior, 57,
Rodrigo Gama, 27, e o músico Marcelo D2, 43, e seu filho Stephan,
19.
Por
motivos óbvios, me aterei somente a essa questão do casamento. As
perguntas foram feitas igualmente para todos os entrevistados. Ao
responder "Qual a sua opinião sobre o casamento entre pessoas
do mesmo sexo?", o musico Dado Villa-Lobos respondeu que, "cada
um escolhe com quem deseja viver.", justo, já seu filho Nicolau
entende que, "cada um é livre para fazer o que quiser",
nesse caso, justo também. O surfista Fábio Gouiveia é da opinião
de que, "as pessoas têm o direito de ser do jeito que são e de
serem felizes.", justíssimo, seu filho Ian concorda que, "cada
um faz o que quer da vida", igualmente nesse caso, justo.
O
cantor Fábio Jr e seu filho Fiuk apostaram na felicidade. Para
Fábio, "a pessoa tem que ser feliz", Fiuk concorda, "o
importante é ser feliz". O Senador Lindbergh conclui que, "o
casamento religioso é um assunto pertinente as religiões. Agora,
concordo com a decisão do STF de que ninguém pode ser privado de
direitos, inclusive união civil, por motivo de sua orientação
sexual.", Já Luiz se limitou a dizer que, "sou a favor.".
A resposta de Lindbergh merece uma pequena consideração. Assim como
o movimento LGBT, que luta pela aprovação do casamento entre
pessoas do mesmo sexo, a pergunta feita pelo caderno, não fala em
casamento religioso, portanto, a menção do Senador é incoerente,
além disso, Lindbergh parece não saber bem qual a diferença entre
"união civil" e "casamento civil", mas pelo
menos não caiu na imbecilidade, tão comum hoje em dia, de confundir
orientação com "opção" sexual.
O
empresário Fred d'Orey deu a resposta mais interessante, "toda
forma de amor vale a pena", boa Ferd! Já seu filho Martim
escorregou feio, "a escolha sexual (sic) é uma opção de cada
pessoa (sic) (sic).
Surpreendentemente,
a pergunta não foi feita nem ao Marcelo Gleiser e seu filho, e nem
ao Marcelo D2 o filho Stephan. Falha jornalística, ou recusa em
responder a pergunta? Vai saber!
A
resposta mais estúpida ficou por conta do ex-jogador Júnior,
enquanto seu filho Rodrigo entende que, "cada um é dono da
própria vida", Júnior considera o tema "complicado"
e conclui dizendo que, "gostaria que meus filhos se casassem com
o sexo oposto, para ser avô.". Não vou nem me ater a questão
do "gostar" ou "não gostar" do que os outros
fazem ou deixem de fazer de suas vidas, mesmo sendo um filho. Por
outro lado, desde quando casar com o sexo oposto é garantia de
progenitura? Até quando as pessoas vão se dar o direito de decidir
o que o outro devem ou não fazer de suas vidas? E de onde vem essa
preocupação exacerbada pela
preservação da espécie humana? Não seria essa uma desculpa
esfarrapada, para ocultar o real motivo dessas pessoas serem contra
nosso direito a igualdade?
Falta
de informação não pode ser desculpa para alguém que tem todos os
meios de obtê-la. Então o que seria? Má vontade, preguiça, ou
falta de capacidade de raciocínio? Façam suas apostas!
Só faltou colocar a foto do ex-jogador Júnior.
ResponderExcluirJúlio Marinho, não acho que a resposta do ex-jogador Júnior tenha sido dada por ignorância, não - ao menos não ignorância sobre o assunto, já que um ex-colega de profissão dele, bem próximo, aliás (Cerezo) e da mesma geração tem uma filha MtF - nem tampouco preguiça ou falta de capacidade cognitiva, penso mais que é a simples atitude de enrustir-se por medo do que nossa sociedade hipócrita irá pensar e querer que os outros se enrustam também! Sai do armário, Júnior, egodistonia tem tratamento! Aliás, conheço uma excxelente psicóloga de São Paulo, Capital, que adoraria auxiliá-lo...
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