Já no Twitter o Pastor fazia alarde sobre o programa, postou ele: "No sábado, o programa vai tremer! Eu vou falar da parada gay ridicularizando os católicos. Divulguem!"
Segundo Malafaia, a mídia não citou os números reais da parada, divulgando números "superestimados" de 4,5 milhões, divulgados pelos organizadores. Entretanto, sobre a Marcha para Jesus, ele alegou que a mídia divulgou um total de cerca de 1 milhão de participantes. O pastor discorda e afirma que isso foi somente na concentração final. Malafaia afirmou que a estimativa mais provável para a Marcha seria de 2,5 milhões de participantes. O pastor só se esqueceu de revelar de onde tirou tais números.
Além disso, o pastor mostrou indignação quanto a parada gay ter feito uso dos símbolos da fé católica. "A parada gay ridiculariza símbolos católicos... é uma vergonha e a imprensa não diz nada". Primeiro que, sim, a imprensa não só divulgou, como fez um estardalhaço considerável sobre o assunto. Segundo, evangélico defendendo símbolos católicos? Não são justamente eles os primeiros a atacarem esses símbolos? Seria cômico se não fosse patético. O desejo de atacar a parada é tão grande, que eles até se permitem defender símbolos, que até então xingavam, chutavam e humilhavam em suas pregações.
"Eles querem botar uma mordaça na sociedade, para eles falarem o que quiserem". Mas não é justamente o contrário? Não são justamente os religiosos fundamentalistas que fazem de tudo para nos calar, impedir que conquistemos nossos direitos e nos jogar para debaixo do tapete, como se fossemos lixo? Não são justamente eles que defendem, com presas e garras, o direito de continuar disseminando o ódio contra nós?
Malafaia também denuncia a existência de "sites de homossexuais" que usam a sua imagem e debocham dos elementos da fé evangélica. Cadê as provas de que esses tais sites sejam de homossexuais? E mesmo se fossem, não é o próprio Malafaia que defende a "liberdade de expressão"? Segundo a lógica(?) do pastor, essa tal "liberdade de expressão" só vale para eles né? Ou seja, só eles tem o direito de nos achincalhar, de nos humilhar e nos condenar?
Com relação as leis como a PLC 122, que pretende criminalizar a homofobia, ele diz que para isso já existem leis (quais pastor?), e portanto, chama esse tipo de lei de: "Lei do privilégio". Novamente seguindo essa lógica(?), a Lei contra o racismo e a Lei Maria da Penha, também seriam "privilégios", ou não?
Malafaia ainda insinuou que o fato de a imprensa ficar omissa nesse caso, é pela "existência de muitos homossexuais nas editorias". "Lá dentro das editorias está cheio de gays", disse ele, afirmando que eles manipulam a informação. Só esquece(?) o pastor que, a imprensa também está cheia de evangélicos, que igualmente manipulam informações. Até porque, em matéria de manipulação, religiosos fundamentalistas são campeões. Vide os casos das últimas eleições presidenciais e do kit anti-homofobia que seriam distribuídos nas escolas.
O pastor elogiou o colunista da revista Veja, Reinaldo Azevedo, que expressou indignação quando soube que a Marcha Gay ofendeu símbolos da Igreja católica, publicando em seu blog um artigo que critica a atitude dos homossexuais. Reinaldo Azevedo, por que não fico surpreso? Justamente o maior manipulador da imprensa brasileira? Ah fala sério "paxtô"!
"ESTUPIDEZ! Lideranças do sindicalismo gay partem para o confronto com os católicos e levam à avenida "santos" em situações "homoeróticas". Que a Igreja Católica tenha a coragem de enfrentar a imprensa e reaja à altura!" escreveu Azevedo no blog. A todos eles – Igreja, Malafaia, Azevedo etc. – só gostaria de saber, quais santos foram utilizados pela Parada? Quero nomes!
Silas Malafaia respondeu aos que falam "pastor é nos púlpitos": "Médico, sindicalista, advogado, qualquer um de qualquer segmento pode falar de tudo neste país. Quando um pastor fala... ‘religioso não’". Pastores, médicos, sindicalistas, advogados, empresários etc... todos esses PROFISSIONAIS, não só podem, com devem falar em qualquer lugar, é justamente por essas liberdades que lutamos, mas, por uma questão de ÉTICA – sabe o que é isso pastor? - não deveriam se meter em assuntos onde não foram chamados. Em questões que, por falta de conhecimento, não deveriam se pronunciar. A sexualidade e afetividade alheias, são assuntos de foro íntimo, portanto, não cabem achismos levianos. Fora isso, pelo princípio da laicidade, nosso Estado não deveria misturar religião e política.
"Eu fui chamado para falar qualquer assunto da sociedade", concluiu ele reclamando seu direito de cidadão. E citou: "E não vos associeis com as obras infrutuosas das trevas, antes, porém, condenai-as; Mas todas estas coisas, sendo condenadas, se manifestam pela luz, pois tudo o que se manifesta é luz. (Efésios 5: 11;13)". Chamado por quem, cara pálida? E, citar trechos da bíblia, só reforça a ideia de confusão entre, liberdade de crença e IMPOSIÇÃO de crença.
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