A aprovação da resolução do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas no mês passado, declarando que as pessoas LGBTs em todo o mundo devem ter proteções de igualdade, foi sem dúvida um avanço, mas ainda há muito com o que se preocupar.
A medida representou uma grande vitória para os defensores de direitos humanos, mas a própria necessidade de tal ação ressaltou o quanto é perigoso ser gay, lésbica, bissexual ou transgênero em muitas partes do mundo, incluindo o Brasil, onde, segundo um relatório divulgado no início do ano pelo GGB (Grupo Gay da Bahia), revelou que 260 gays, travestis e lésbicas foram assassinados. A homossexualidade também continua a ser ilegal em 76 países, e é punível com a morte em cinco deles.
Nos Estados Unidos, onde as leis que criminalizavam a sodomia foram derrubadas pela Suprema Corte em 2003, a discriminação e a violência contra pessoas LGBTs continuam a correr soltas. Uma análise de 14 anos feita pelo setor de inteligência do FBI sobre crimes de ódio, revelou, no final de 2010, que as pessoas LGBTs têm mais do que o dobro de chances de serem violentamente atacadas do que judeus e negros, mais de quatro vezes do que muçulmanos e 14 vezes mais probabilidade de que os latinos.
Em uma nota de imprensa do Departamento de Estado dos EUA, a secretária de Estado Hillary Clinton, classificou a resolução da ONU como um "Momento histórico para destacar os abusos de direitos humanos e violações que as pessoas LGBTs enfrentam em todo o mundo, baseados unicamente em quem eles são e quem eles amam". Ela observou ainda que, "A tortura, o estupro, o processo penal e os assassinatos são sancionados em todo o mundo pelas religiões, que condenam qualquer um que não se enquadrem nas tradicionais normas heterossexuais em relação a orientação sexual e identidade de gênero".
A resolução controversa, e que foi proposta pela África do Sul, passou por pouco em uma votação apertada de 23 votos a favor e 19 contras. A medida foi apoiada pelo Brasil e outros países ocidentais. As oposições ficaram por conta de países Africanos e Árabes, onde a acusação e perseguição de pessoas LGBTs são mais graves. Três países, incluindo a China, abstiveram-se.
O Arcebispo Silvano Tomasi, representante do Vaticano para o Conselho dos Direitos Humanos em Genebra, denunciou a medida como uma manobra de uma "agenda internacional" para restringir a liberdade das igrejas. Tomasi afirmou que a igreja se opõe a violência contra o comportamento homossexual, e punição com base em "sentimentos e pensamentos", mas condenou a medida como sendo prejudicial a sociedade.
Em Gana, o Rev. Joseph Bosoma da Central Sunyani Igreja Presbiteriana Ebenezer, apelou ao Presidente John Evans Atta Mills para reprimir a homossexualidade no país, advertindo que a sociedade estava a beira de um castigo semelhante ao que aconteceu com Sodoma e Gomorra nos tempos bíblicos. Por incrível que pareça, esse tipo de alarmismo leviano funciona, pelo menos em ambientes onde impera a ignorância. O presidente garantiu ao pastor, que o governo iria tomar medidas para verificar e reprimir a atividade homossexual.
Por mais de três décadas, o maior impedimento na luta pelos direitos LGBTs, tem sido os grupos cristãos e seus líderes que, de maneira ardilosa, inventaram uma teoria da conspiração, onde, segundo seus delírios, existiria uma "agenda homossexual" empenhada em destruir os valores da família e da sociedade.
Alguns destes grupos cristãos têm recorrido a agressões, abusos e a divulgar informações falsas sobre as pessoas LGBTs, como no recente caso do Kit "Escola Sem Homofobia". Um esforço claro e leviano para atrair a opinião pública e apoio a sua causa.
Agem exatamente como a Ku Klux Klan, que utilizava dos mesmos expedientes para eliminar todas as minorias com sua opressão terrorista. Vale ressaltar, que a KKK também operou sob o disfarce do cristianismo.
A resolução da ONU foi um marco nessa jornada a igualdade, mas a estrada para as pessoas LGBTs continuará a ser longa e difícil.
A medida representou uma grande vitória para os defensores de direitos humanos, mas a própria necessidade de tal ação ressaltou o quanto é perigoso ser gay, lésbica, bissexual ou transgênero em muitas partes do mundo, incluindo o Brasil, onde, segundo um relatório divulgado no início do ano pelo GGB (Grupo Gay da Bahia), revelou que 260 gays, travestis e lésbicas foram assassinados. A homossexualidade também continua a ser ilegal em 76 países, e é punível com a morte em cinco deles.
Nos Estados Unidos, onde as leis que criminalizavam a sodomia foram derrubadas pela Suprema Corte em 2003, a discriminação e a violência contra pessoas LGBTs continuam a correr soltas. Uma análise de 14 anos feita pelo setor de inteligência do FBI sobre crimes de ódio, revelou, no final de 2010, que as pessoas LGBTs têm mais do que o dobro de chances de serem violentamente atacadas do que judeus e negros, mais de quatro vezes do que muçulmanos e 14 vezes mais probabilidade de que os latinos.
Em uma nota de imprensa do Departamento de Estado dos EUA, a secretária de Estado Hillary Clinton, classificou a resolução da ONU como um "Momento histórico para destacar os abusos de direitos humanos e violações que as pessoas LGBTs enfrentam em todo o mundo, baseados unicamente em quem eles são e quem eles amam". Ela observou ainda que, "A tortura, o estupro, o processo penal e os assassinatos são sancionados em todo o mundo pelas religiões, que condenam qualquer um que não se enquadrem nas tradicionais normas heterossexuais em relação a orientação sexual e identidade de gênero".
A resolução controversa, e que foi proposta pela África do Sul, passou por pouco em uma votação apertada de 23 votos a favor e 19 contras. A medida foi apoiada pelo Brasil e outros países ocidentais. As oposições ficaram por conta de países Africanos e Árabes, onde a acusação e perseguição de pessoas LGBTs são mais graves. Três países, incluindo a China, abstiveram-se.
O Arcebispo Silvano Tomasi, representante do Vaticano para o Conselho dos Direitos Humanos em Genebra, denunciou a medida como uma manobra de uma "agenda internacional" para restringir a liberdade das igrejas. Tomasi afirmou que a igreja se opõe a violência contra o comportamento homossexual, e punição com base em "sentimentos e pensamentos", mas condenou a medida como sendo prejudicial a sociedade.
Em Gana, o Rev. Joseph Bosoma da Central Sunyani Igreja Presbiteriana Ebenezer, apelou ao Presidente John Evans Atta Mills para reprimir a homossexualidade no país, advertindo que a sociedade estava a beira de um castigo semelhante ao que aconteceu com Sodoma e Gomorra nos tempos bíblicos. Por incrível que pareça, esse tipo de alarmismo leviano funciona, pelo menos em ambientes onde impera a ignorância. O presidente garantiu ao pastor, que o governo iria tomar medidas para verificar e reprimir a atividade homossexual.
Por mais de três décadas, o maior impedimento na luta pelos direitos LGBTs, tem sido os grupos cristãos e seus líderes que, de maneira ardilosa, inventaram uma teoria da conspiração, onde, segundo seus delírios, existiria uma "agenda homossexual" empenhada em destruir os valores da família e da sociedade.
Alguns destes grupos cristãos têm recorrido a agressões, abusos e a divulgar informações falsas sobre as pessoas LGBTs, como no recente caso do Kit "Escola Sem Homofobia". Um esforço claro e leviano para atrair a opinião pública e apoio a sua causa.
Agem exatamente como a Ku Klux Klan, que utilizava dos mesmos expedientes para eliminar todas as minorias com sua opressão terrorista. Vale ressaltar, que a KKK também operou sob o disfarce do cristianismo.
A resolução da ONU foi um marco nessa jornada a igualdade, mas a estrada para as pessoas LGBTs continuará a ser longa e difícil.
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