Conselho de Ética arquiva processo contra Bolsonaro.


Ontem, por 10 votos a 7, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara do Deputados, decidiu pelo arquivamento da representação do P-SOL contra o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), por suposta quebra de decoro parlamentar.

Segundo o relator do processo, o Deputado Sérgio Brito (PSB-BA), haveria indícios que deveriam ser investigados. "No meu entendimento, a investigação se justificava, mas o conselho entendeu que não havia motivos para o processo prosseguir e rejeitou o parecer". "Há programas de televisão e reportagens que relacionam a ele os fatos narrados e, ao menos em tese, o acuso da prerrogativa da imunidade parlamentar constitui ato incompatível com o decoro parlamentar. Ademais, os fatos são recentes e não evidentemente atípicos". Afirmou.

O Deputado Jair Bolsonaro, apresentou pessoalmente sua defesa. "Me dá asco ser representado por questões como estas", disse. Bolsonaro também não poupou críticas ao P-SOL, "É um partido muito preocupado com a ética dos outros. Mas um partido que defende o kit gay não tem moral pra criticar ninguém". E, contando com a impunidade reinante no meio político, disparou: "A grande preocupação do pessoal do Psol é eu falar: 'qual o pai que tem orgulho de ter um filho gay?' Não posso ter medo dos senhores, até porque a maioria aqui são heterossexuais preocupados com a família. Se fosse LGBT. Não vou me calar com essa representação sem vergonha, com esse lixo. Sou parlamentar com P maiúsculo, não com H minúsculo de homossexual".

Jean Wyllys, Deputado Federal do P-SOL, mesmo não sendo membro da Comissão, esteve presente e prontamente respondeu ao Deputado. "Dizer que os pais de LGBTs não têm orgulho de seus filhos é ofender a dignidade dessas famílias". "É lamentável que ele ofenda a família brasileira dessa maneira e queira sair impune. Eu tenho orgulho de ser chamado de veado por outro veado, mas não pelo senhor. O senhor tem que lavar a boca antes de falar isso. Eu sou parlamentar com H maiúsculo de homem, mais homem que o senhor que fugiu da acusação de racismo porque racismo é crime e se refugiou na homofobia", disse Jean.

O resultado da votação arquiva o caso, a menos que houvesse apresentação de recurso ao plenário, o que provavelmente não acontecerá.

Após o arquivamento, o filho do Deputado, o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PP) comemorou a decisão postando o seguinte no Twitter: "CHuUuuupa Viadada. Bolsonaro absolvido!!!! Viva a Liberdade d Expressão. Parabéns Brasil! [sic]". "Desejar minha morte é o menor dos elogios q tenho lido no twitter. Rs! Pregam a Liberdade d Expressão, só a deles, a minha ñ. Ditadura Gay!"; "Atenção Boiolas, p/ infelicidade d vcs, eu sou hétero!".





Como podemos ver, com esse resultado o Conselho de Ética(?), não só valida a homofobia, como também reforça a impunidade reinante na política brasileira. Só espero que os eleitores se lembrem do comportamento tanto do pai, como do filho na ocasião do voto. Foi para manifestações vergonhosas como essas que foram eleitos? A postura no twitter do vereador, é realmente lamentável!

Abaixo a lista dos que votaram contra, a favor, e os ausentes. Guardem bem esses nomes e saibam melhor em quem votar nas próximas eleições.

Contrários a continuidade do processo:
Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP)
Augusto Coutinho (DEM-PE)
Doutor Ubiali (PSB-SP)
Edio Lopes (PMDB-RR)
Fernando Francischini (PSDB-PR)
Jorge Corte Real (PTB-PE)
Lucio do Vale (PR-PA)
Onyx Lorenzoni (DEM-RS)
Vilson Covatti (PP-RS)
Wladmir Costa (PMDB-PA)

Favoráveis a continuidade do processo:
Carlos Sampaio (PSDB-SP)
Luiz Couto (PT-PB)
Professora Marcivânia (PT-AP)
Ricardo Izar (PV-SP)
Sergio Brito (PSC-BA)
Sibá Machado (PT-AC)
Waldenor Pereira (PT-BA)

Ausentes:
Assis Carvalho (PT-PI)
Jorginho Melo (PSDB-SC)
Lilian Sá (PR-RJ)
Mauro Lopes (PMDB-MG)
Paulo Piau (PMDB-MG)

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