Ativista gay africano assassinado!

A polícia de Uganda deve urgentemente, de maneira imparcial, investigar o assassinato do ativista dos direitos humanos David Kato. Kato tinha dedicado sua vida a luta pelos direitos dos LGBTs em Uganda, e enfrentando ameaças a sua segurança pessoal.

"A morte de David Kato é uma perda trágica para a comunidade de direitos humanos", disse Maria Burnett, pesquisadora da Africa researcher at Human Rights Watch. "David havia enfrentado bravamente as maiores ameaças pelas pessoas LGBTs de Uganda e fará muita falta."

Kato havia sido uma das principais vozes na luta contra a lei anti-homossexualidade, que foi apresentada no Parlamento de Uganda em 15 de outubro de 2009. O sexo homossexual é ilegal em Uganda, a proposta de lei que criminalizaria a homossexualidade, a tornaria passível de prisão perpétua. "Reincidentes" e aqueles que são HIV positivo estariam sujeito a pena de morte.


O projeto também obrigaria qualquer pessoa com conhecimento de alguém que é, ou poderia ser um homossexual, fazer uma denúncia a polícia em 24 horas. Esse projeto foi amplamente condenado internacionalmente, inclusive pelo presidente dos EUA, Barack Obama, que chamou o projeto de lei de "odioso" aqui. Kato disse na época que o projeto era "profundamente anti-democrático e anti-Africano.".

No final de 2010 um tablóide local chamado "Rolling Stone", publicou fotos, nomes e locais de residência de alguns membros da comunidade LGBT, junto com uma manchete dizendo: "Enforquem-nos!". A foto de Kato apareceu na capa, por dentro outra foto apareceu com seu nome aqui.

Três ativistas, incluindo Kato, processaram a publicação e venceram em 03 de janeiro. O juiz determinou que a publicação havia violado os direitos constitucionais a privacidade e o condenou a indenizar as vítimas aqui.

Testemunhas disseram a polícia que um homem entrou na casa de Kato, em Mukono, por volta da 1:00h da tarde de ontem, bateu duas vezes na sua cabeça com um martelo e fugiu de carro. Kato morreu a caminho do hospital Kawolo.

A polícia disse ao advogado de Kato, que tinha o número da placa do veículo e estava procurando por ele.

Ativistas gays internacionais destacam Kato por sua defesa aberta aos direitos dos homossexuais. "A morte de Davi é fruto do ódio plantado em Uganda por evangélicos americanos em 2009", disse Val Kalende, o presidente de um dos grupos gays de Uganda, em um comunicado. "O governo ugandês e os evangélicos americanos devem assumir a responsabilidade pelo sangue de Davi!"

A morte de Kato não é uma perda apenas para a comunidade LGBT, é também um duro golpe na luta  pelos direitos humanos.

Comentários

  1. Os evangélicos se aproveitam da pobreza e da ignorância do povo africano para disseminar o ódio e a intolerância. É muito triste ver uma pessoa morrer por ser gay.

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