"Sou mulher, gay, judia e negra. E você?"

Marcelo Szpilman
Belo texto e iniciativa do Marcelo Szpilman(@marceloszpilman), publicado no Dia Online. Nesses tempos conturbados, é de pessoas inteligentes e esclarecidas assim que precisamos.  Marcelo é Biólogo Marinho, diretor do Instituto Ecológico Aqualung e do Projeto Tubarões no Brasil, autor de cinco livros sobre peixes, tubarões e seres marinhos. 



Marcelo Szpilman: Sou mulher, gay, judia e negra. E você?

 

"Rio - Os covardes ataques recentes com motivações homofóbicas em plena Avenida Paulista, em São Paulo, são atos insanos e discriminatórios que devem ser combatidos pela sociedade. Da mesma forma com que venho, há anos, defendendo os tubarões através de um processo de esclarecimento e desmitificação — ao mostrar à sociedade que os animais sofrem, há séculos, preconceitos e estigmas injustificados —, não posso me calar contra essa estupidez, que é a intolerância contra gays.

E como existem pessoas que desconhecem as causas que as levam a ter uma imagem distorcida dos tubarões, a ignorância é também uma das principais motivações para que a homofobia, o racismo e o antissemitismo floresçam nas mais diversas comunidades. Como judeu, tenho a responsabilidade histórica de lutar contra o ódio e a intolerância religiosa ou racial. Como cidadão, tenho o dever e o compromisso moral de lutar contra qualquer tipo de discriminação.

A luta contra a homofobia não é coisa só de gays. É também uma obrigação dos heterossexuais, assim como a luta contra o antissemitismo não é coisa só de judeus e a luta contra o racismo não é só para quem sofre esse preconceito na pele. Se deixarmos que esses indivíduos covardes atuem livremente, sem nos posicionarmos com firmeza, em algum momento, todos nós seremos atingidos. Movimentos de desumanização, violentos ou não, devem ser combatidos por todos que prezam a simples liberdade de ser.

Não podemos e não devemos tolerar agressões verbais ou físicas motivadas por preconceitos e discriminações. O respeito, pela orientação sexual ou religiosa ou pelas diferenças físicas, deve ser mandatório. E para defender o direito à liberdade de ser, faço minhas as palavras de um padre alemão na Segunda Guerra Mundial: Sou mulher, gay, judia e negra. E você?"



Marcelo Szpilman é diretor do Instituto Ecológico Aqualung
e do Projeto Tubarões no Brasil

 

Comentários

  1. Parabéns pela postagem!!!!!!!!!!!!!!!!
    A intolerância, a ignorância e o ódio, um sempre de mãos dadas com o outro, e ainda querendo ser justificado.
    Concordo plenamente com sua posição quanto ao fato de defender o combate aos preconceitos não serem negócio apenas para os que sofrem.
    Sou heterossexual e defendo abertamente os direitos homossexuais, pois, acima de tudo, são direitos dos seres humanos. Escrevo em um jornal regional na cidade de Vargem Grande Paulista, no estado de São Paulo. Em um de meus textos, esclareci de uma vez minha posição em relação à homossexualidade (que pode ser encontrado no meu blog,'Individualidade Coletiva' sob o título 'O sexo dos anjos'. Na edição desse mês, fiz o mesmo, com tanta veemencia, que até me perguntaram se sou homossexual.
    Se sou homossexual? Sou um ser humano e isto basta! Porque querer usar as diferenças para promover mais ódio? Bastaria olharmos para nossas semelhanças e resolveríamos quase todos os problemas da humanidade!
    Espero, sinceramente, que toda essa discriminação, toda essa ignorância, todo esse ódio um dia acabem.
    Porque, como disse Martin Luther King, eu tenho um sonho.!!!!!!!!!!!
    Paz!

    ResponderExcluir
  2. Se fosse você, eu não mencionaria o nome dos Judeus neste seu blog. Você corre um sério risco de ser processado por usar a imagem dos Judeus que em nada compactuam com isso. Ao contrário defendem a família como Deus a concebeu homem e mulher...

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Comentários ofensivos não serão aceitos!