Cai, definitivamente, a "Don't Ask, Don't Tell"!

Agora é definitivo, a maior potência militar do mundo, permitirá que gays e lésbicas sirvam abertamente nas Forças Armadas. Nesse sábado, 18/12, após 17 anos, a controversa lei "Don't Ask, Don't Tell", criada em 1993, pelo então Presidente Bill Clinton chegou ao fim. Por uma votação de 65 a 31, os Senadores decidiram apoiar a revogação. A maioria esmagadora dos votos contra a derrubada da lei, foram dos republicanos, mesmo assim, seis Senadores republicanos votaram a favor da moção, enquanto apenas um Senador democrata votou contra. 

A derrubada da lei trouxe forte e rápida reação. Favoráveis ao fim da lei, declaram ser um marco dos direitos civis, já os contrários, insistiam que isso iria enfraquecer e dividir as forças armadas. "Não vejo que diferença (orientação sexual) faz nas Forças Armadas", disse Melnikow, um pesquisador na área de saúde pública. "Qual é o Problema?" "Qual é o problema?", perguntou Melnikow.

Derrubar a "DADT" era uma promessa de campanha de 2008 do Presidente Barack Obama. Sem dúvidas de que essa foi uma vitória histórica para ele. Obama, deverá promulgar a nova lei nos próximos dias. Em comunicado, antes da votação, o democrata comemorou a disposição dos legisladores em modificar a norma. Ele já havia manifestado a vontade de acabar com a lei antes do fim de 2010. "Nossa nação não negará mais o serviço a milhares de americanos patrióticos, obrigados a deixar o Exército, apesar de uma atuação exemplar de muitos anos porque são homossexuais. E centenas de milhares mais não deverão viver na mentira para poder servir ao país que amamos", disse Barack Obama, ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 2009 .

Alguns inimigos da queda da proibição argumentaram que, os militares não devem ser usados para ampliar os direitos dos gays e lhes permitir servir abertamente, prejudicaria a moral da tropa e a capacidade de uma unidade de combate, os mesmos argumentos usados, no passado, contra mulheres e negros.

A revogação significa que pela primeira vez na história dos EUA, gays serão aceitos abertamente pelas Forças Armadas e podem reconhecer a sua orientação sexual, sem medo de serem proibidos de servir. Mais de 13.500 militares foram obrigados a deixar as Forças Armadas americana sob a vigência da lei desde 1993.

No entanto, a alteração não terá efeito imediato. A legislação diz que o Presidente e seus principais assessores militares devem se certificar que o levantamento da proibição não prejudique as tropas em combate.  Depois disso, há um prazo de 60 dias para os militares.

A organização "Massachusetts Family Institute", disse que os Senadores republicanos que votaram a favor da medida, quebraram uma promessa que tinham feito de não votarem a favor da revogação, até que o orçamento federal fosse aprovado. "Ao fazer isso, eles não só colocaram interesses particulares acima dos interesses fiscais, mas também estão colocando em risco nossas tropas durante a guerra", disse Kris Mineau, presidente do grupo.

Alguns defensores da revogação viajaram a Washington para presenciar a votação, incluindo Sue Fulton, uma capitã do Exército e ex-comandante, que é porta-voz de "
Knights Out" , um grupo de 92 gays e lésbicas de West Point que não estão mais servindo, e que lutam pelos direitos dos LGBTs. "Talvez, quanto mais as pessoas percebam que os cidadãos gays e lésbicas estão arriscando suas vidas para defender este país, mais dispostos a reconhecer os LGBTs como plenos cidadãos", disse ela. 

Zoe Dunning, uma aposentada comandante da Marinha, que continuou a servir depois de declarar que era homossexual, chorou e abraçou os outros apoiadores. "Eu sou a prova viva de que, a mera presença de uma pessoa abertamente gay em sua unidade não prejudica a coesão ou moral", disse ela. "Após 18 anos trabalhando nisso, eu testemunhei o fim desta política destrutiva, e estas são lágrimas de alegria ... Eu estou muito feliz de estar presente neste dia que eu tanto sonhei." 

Warren Arbury de Savannah, da Geórgia, serviu no Exército por sete anos, incluindo três campanhas de combate, antes de ser expulso há dois anos, sob a sombra da "DATD". Mas ele pretende voltar a alistar-se, uma vez que a política foi oficialmente abolida. "Assim que for possível, eu vou até o escritório do recrutador", disse ele.

Aaron Belkin, diretor
do "UCSB’s Palm Center", disse que a votação "inaugura uma nova era em que o maior empregador dos Estados Unidos, trata de gays e lésbicas como seres humanos."

A queda da "DADT", não é somente um marco na luta pelos direitos dos LGBTs, é também o reconhecimento de que a verdade deve estar, SEMPRE, acima da hipocrisia. 


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