Nova Deli, capital da Índia, vive a primeira parada do orgulho gay, depois da anulação de uma lei colonial, que criminalizava as relações homossexuais.
É Interessante constatar que, na Índia antes da colonização inglesa, não havia uma legislação que criminalizasse a homossexualidade. Com a colonização e evangelização do povo indiano, é que a homossexualidade passa a ser vista como crime.
Familiares também estão dando mais apoio aos gays. "Tenho orgulho de dizer que meu neto é gay", dizia a bandeira que trazia a avó de um manifestante.
Em julho de 2009, juízes consideraram que o artigo 377 do Código Penal de 1860, que criminalizava as relações entre pessoas do mesmo sexo, considerando-as "contranatura", constituíam uma "violação dos direitos fundamentais" consagrados pela Constituição daquele país. "É preciso não esquecer que a discriminação é a antítese da igualdade que eleva a dignidade de todos os indivíduos", argumentaram na época.
Esta é a primeira vez que os gays indianos poderão expressar abertamente a sua homossexualidade. "Finalmente, podemos celebrar a diversidade sexual", disse o cineasta Ranjeev Monga. A marcha de hoje, é a terceira em três anos consecutivos. Mas a primeira após a Alta Corte ter revogado a Lei 337 do Código Penal. Apesar de ter sido aplicada em poucos casos, a comunidade gay indiana diz que essa sempre foi uma importante arma da polícia, para persegui-los constantemente.
As coisas estão mudando muito rapidamente na Índia, explica Monga. "Eu cresci traumatizado porque ninguém me aceitava, mas nos últimos três anos, a abertura na sociedade é muito maior. Estamos aqui a dançar em público", diz ele. Embora não tenha sido um caminho fácil, já que sua família o pressionava para assumir um casamento heterossexual e ter filhos. Mas o cineasta diz que não levaria uma vida dupla, como muitos homossexuais são forçados a fazer na Índia.
A parada de hoje foi muito mais animada, mais cheia do que as duas anteriores. Milhares de pessoas desfilaram entre bandeiras e balões coloridos. A presença da polícia foi muito menor e menos repressiva. No primeiro ano, haviam quase tantos policiais quanto manifestantes.
Familiares também estão dando mais apoio aos gays. "Tenho orgulho de dizer que meu neto é gay", dizia a bandeira que trazia a avó de um manifestante.
"Esta é uma celebração, sem dúvida, mas também continua a ser uma reivindicação a discriminação e a violência contra os homossexuais", diz Arushi Singh, que trabalha em uma ONG.
Obviamente tal medida é um sinal de mudança dos tempos, mas não deverá trazer mudanças imediatas. Há uma grande diferença entre despenalização da homossexualidade e sua aceitação efetiva, mas já é um bom começo.
Os líderes religiosos, como não poderia deixar de ser, reagiram de forma negativa a questão. O padre Babu Joseph, presidente da conferência episcopal católica indiana, afirmou a AFP, "respeitar a decisão do tribunal", mas salientou que "a homossexualidade não é um comportamento aceitável em sociedade". Como se eles tivessem o direito de determinar o que é ou não, aceitável para a sociedade. Deveriam entender de uma vez por todas que, suas "autoridades" se limitam a seus templos, e aquelas pessoas que compactuam com suas crenças.
"É interessante constatar que, na Índia antes da colonização inglesa, não havia uma legislação que criminalizasse a homossexualidade. Com a colonização e evangelização do povo indiano, é que a homossexualidade passa a ser vista como crime."
ResponderExcluirViu só como é fácil descobrir de onde vem o preconceito? Da Religião! É com base nela, única e exclusivamente nela, que se afirma que sexualidades diferentes da hétero são criminosas, gêneros diferentes do cis são antinaturais (quem nunca ouviu o argumento "Deus fez Adão e Eva, não Adão e Ivo"?), epilepsia e similares são frutos do demônio, negros são negros por um castigo imposto a Cam, filho de Noé, índios e outros povos nativos das colônias são seres sem alma e portanto inumanos, etc.