O Tribunal Europeu de Direitos Humanos decidiu nesta quinta-feira que a Rússia proibiu ilegalmente marchas do orgulho gay em Moscou, de 2006 a 2008. O Tribunal considerou que a Rússia violou o artigo 11 da Convenção Europeia dos Direitos Humanos, que garante o direito a liberdade de reunião pacífica, e no artigo 14, que proíbe a discriminação dos direitos estabelecidos pela Convenção.
O caso foi levado perante o tribunal por Nikolai Alekseyev, um ativista dos direitos LGBTs. Ele organizou várias marchas em Moscou, em 2006, 2007 e 2008 para chamar a atenção para a discriminação sofrida por gays e lésbicas. As permissões para a realização dos eventos do orgulho gay foram negadas oficialmente. As manifestações realizadas, mesmo sem autorização oficial, eram imediatamente dissolvidas e os manifestantes agredidos e presos pela polícia.
Yuri Luzhkov, o prefeito de Moscou durante o período em questão, sempre fez questão de demonstrar sua desaprovação aos homossexuais. Ele era conhecido por chamar os homossexuais de "satânicos" e por sua determinação para impedir marchas do orgulho gay. O tribunal reconheceu que os eventos não eram proibidos por razões de segurança pública, mas sim pela discriminação oficial da homossexualidade.
O Tribunal condenou o governo russo a pagar pouco mais de 40.000 dólares em multas. O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos foi instituído pela Convenção Europeia dos Direitos Humanos, da qual a Rússia faz parte.
Muito bem, afinal de contas os políticos tem de aprender de uma vez por todas, que são eleitos para lutar pelos direitos a anseios do povo, não para defender suas convicções pessoais.
Entretanto, a comunidade LGBT da Rússia deve esperar um pouco mais para poder comemorar de fato. Segundo o "The Moscow News",tão logo decisão do tribunal foi declarada, grupos religiosos começaram a protestar.
O Movimento da Juventude "Georgievtsy!", Apoiado por outras associações de jovens ortodoxos e organismos públicos, é responsável pela realização de várias reuniões para definir um modo de proibir as passeatas gays. Afinal de contas, a Igreja precisa encontrar um meio para aplacar sua ira.
"A forma como a Convenção Europeia dos Direitos Humanos foi formulada não implica a igualdade de direitos e liberdades de realizar reuniões de qualquer grupo de pessoas", esbravejou o curador do conselho da organização ortodoxa da juventude, Vadim Kvyatkovsky.
Impressionante e lamentável que uma instituição que se diz semeadora do amor, destile tanto ódio!
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