O Ministério da Saúde disse nesta terça-feira (3), em comunicado, que "não há qualquer restrição a homossexuais doarem sangue no país", mas afirmou que continua inapto para a doação “o homem que tenha tido relação sexual com outro homem” por um período de um ano. Para o governo, as restrições existentes atualmente são baseadas em estudos epidemiológicos que indicam que esse tipo de medida ainda é necessária.
De acordo com o governo, as novas regras para doação de sangue, que estavam em consulta pública até esta segunda-feira (2), inovam ao "afirmar que a orientação sexual não deve ser usada como critério para seleção de doadores de sangue por não constituir risco em si própria". – Continuam inaptos a doarem sangue por um período de 12 meses – por recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) – os heterossexuais que tenham feito sexo com mais de um parceiro e o homem que tenha tido relação sexual com outro homem nesse mesmo período. Não há qualquer impedimento para homossexuais femininas.
No comunicado, o ministério diz que "a probabilidade de contágio entre os HSH [homens que fazem sexo com homens] é 11 vezes maior que entre os heterossexuais, o que leva o profissional de saúde responsável pela triagem clínica de doadores a agir também pelo interesse dos receptores de sangue".
De acordo com o advogado Gustavo Bernardes, coordenador geral da organização Somos, diz que o veto é uma "imposição à abstinência sexual".
– Os homossexuais podem doar, desde que fiquem mais de 12 meses sem sexo.
A posição do governo, adotada também por outros países, é apoiada por médicos, mas contestada por ativistas. Dados do Ministério da Saúde mostram que, há mais de uma década, são identificados mais casos de Aids entre os homens heterossexuais do que entre os homossexuais e bissexuais juntos.
No entanto, mesmo com essa alteração epidemiológica, a Aids continua sendo uma doença com maior prevalência entre os HSH. Pesquisa realizada pelo Departamento de DST/Aids em dez cidades brasileiras mostrou que a prevalência do HIV nesse grupo (entre os homens com mais de 18 anos) foi estimada em 10,5%. Já na população masculina em geral, de 15 a 49 anos, a estimativa é de 0,8%. Durante a Conferência Internacional da ONU sobre Aids, realizada no mês de julho em Viena (Áustria), um dos maiores pesquisadores sobre o assunto no mundo, o canadense Mark Wainberg, criticou o fato de, em 2010, vários países ainda manterem o veto baseado em conceitos do início da década de 80.
Fonte: R7
Uma coisa me intriga nisso tudo, afinal de contas, o sangue doado não passa por vários testes? O sangue que o paciente recebe não é totalmente seguro? Bom, pelo menos é isso que o Ministério da Saúde diz, e se realmente é assim, qual o problema de qualquer pessoa doar? Quem garante que os heterossexuais que doam estão livres do HIV, por exemplo? Um homossexual que transa com vários parceiros, mas faz uso do preservativo, não esta seguro? Essa proibição é só o velho e desgastante uso do preconceito, ou essa questão do sangue seguro é meio duvidosa? Será?
Sem problemas... é só não doar sangue. Não tenho aids, mas se não querem que eu doe, melhor pra mim e azar o deles.
ResponderExcluirSó acho engraçado as propagandas estimulando a doação de sangue, sendo que eles rejeitam pessoas saudáveis que querem doar.
Bom, azar (e incompetência) deles.
Não é uma questão de preconceito, é de realidade.
ResponderExcluirUm homem heterossexual que tem diversas parceiras provavelmente vai usar a camisinha pra prevenir de engravida-las, e consequentemente está livre das doenças sexualmente transmissiveis. Já o homossexual não tem essa preocupação de engravidar, logo há mais chances dele fazer o sexo desprotegido.
E como disse no próprio texto, a população homossexual masculina tem maior concentração de portadores do vírus.
Lembrando que não sou homofóbico e nem tenho nenhum tipo de preconceito com gays.
"Um homem heterossexual que tem diversas parceiras provavelmente vai usar a camisinha pra prevenir de engravidá-las, e consequentemente está livre das doenças sexualmente transmissíveis." - Lêdo engano, caro anônimo, há muitos processos de separação, desquite e divórcio tramitando na Justiça brasileira justamente abertos por mulheres traídas por seus maridos, e em nenhum deles foi corroborado o uso de camisinha pelos maridos em suas "puladinhas de cerca" costumeiras. Meu genitor mesmo é um exemplo. Esses 'homens' sequer cuidam dos filhos de seu casamento, não os assumem, não se responsabilizam por eles (acredite, embora minha mãe tenha pedido abertura do processo quando eu já tinha 20 anos, até hoje não sei o que é TER pai), acha que irão se responsabilizar por filhos espúrios? Não conhece o ditado "filho de puta não tem pai"? E como esses mesmos cretinos são homofóbicos ao extremo e acham que DSTs só atingem a população homossexual masculina, acham que não irão ser atingidos. E para corroborar que isso ocorre no mundo todo, vai o que disse um famoso jogador de basquete quando se descobriu soro-positivo: "Sempre gostei muito de mulheres e, devido a isso, jamais fui fiel à minha esposa. Dinheiro eu tenho, posso sustentar quantos filhos tiver, só nunca pensei que AIDS também atingisse héteros, sempre ouvi dizer que esta era o câncer gay. - Irwing Magic Johnson."
ExcluirNão existe essa de que os Homoxessuais são os maiores transmissores de AIDS,hoje é completamente diferente...os heteroxessuais estão tendo mais contágio com essa doença do que os gays.Isso tudo é preconceito em relação a doação de sangue.qualquer pessoa saldável pode doar independente de sua opção sexual.Diferente de outros paises desenvolvidos o Brasil é muito preconceituoso.
ResponderExcluirbem, só pra esclarecer, o risco sempre existe no sexo sem proteção independente de qual o parceiro(H ou M) a questão da segurança dos exames pelo qual o sangue passa é que é um problema, pois vc pode contrair o vírus e estar na janela imunológica, quando este não aparece nos exames, por isso se exclui grupos de risco, quem fez sexo sem poteção com vários parceiros por exemplo tb, pois podem ter o vírus e o exame não apontar.....
ResponderExcluirtudo isso se dá devido à sociedade extremamente preconceituosa e criada sobre uma conduta totalmente heterossexual que temos aqui. É Brasil... Que vergonha de você!
ResponderExcluirE enquanto isso mais e mais pessoas morrem à espera de sangue...
ResponderExcluir...trágico não!?!
E como Kaiogs, e como.
ResponderExcluirNossa! Então se eu tiver um namorado/companheiro não vou poder doar sangue NUNCA?
ResponderExcluirDesculpe, meu caro Ministério da Saúde, mas isso aí continua sendo uma solene bobagem, talvez para acalmar conservadores, ou sabe-se lá para quê.
ResponderExcluirÉ TECNICAMENTE IRRETORQUÍVEL a fala do blogueiro: "afinal de contas, o sangue doado não passa por vários testes? O sangue que o paciente recebe não é totalmente seguro? Bom, pelo menos é isso que o Ministério da Saúde diz, e se realmente é assim, qual o problema de qualquer pessoa doar?".
Ou, traduzindo o "irretorquível": não há outra resposta verdadeira possível se não concordar. Tudo o que se possa dizer de diferente é pura embromação.
E ainda por cima pensar que com essa lei absolutamente preconeceituosa, pois o grupo de risco eram os homossexuais, apenas no início dos anos 80, quando surgiu a doença. Em poucos anos, os heterossexuais chegaram a uma porcentagem maior de contágio em relação aos homo. Pensar que mesmo assim centenas de pessoas conraem o vírus NA transfusão, por receber sangue não testado.
ResponderExcluirMe engana que eu gosto, Ministério da Saúde.