IBGE vai contabilizar casais gays

Censo 2010: ABGLT quer que casais homossexuais admitam relação

  

Essa será a primeira vez que o IBGE contabilizará no censo demográfico, casais homossexuais.

Hoje (02/08/2010) começa o censo demográfico 2010, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pela primeira vez será feito o levantamento do número de casais homossexuais. No ato da entrevista, além das perguntas habituais, os cidadãos serão questionados se moram com um parceiro do mesmo sexo. Isso dará números estimados da situação dos casais LGBT.  Essa pesquisa vem em boa hora, nada melhor do que números oficiais quando vc pretende lutar por direitos, respeito e igualdade.

Segundo Eduardo Pereira Nunes, presidente do IBGE, só serão contabilizados os casais homossexuais que declararem, no questionário, que moram no mesmo domicílio em união estável. "No passado nós só perguntávamos se eram cônjuges. Hoje, nós abrimos para cônjuge do mesmo sexo e cônjuge de sexo diferente", explica o presidente. Na verdade o IBGE já havia utilizado essas  questões apenas em alguns municípios, mas desta vez as questões abrangem todo o território nacional.

O IBGE pretende visitar 58 milhões de domicílios em 5.565 municípios. Em 2007, pesquisa realizada em cidades pequenas, identificou, 17.560 pessoas que declararam ter relações homoafetivas estáveis. Desse total, 9.586 eram homens que viviam uma relação com outro homem, e 7.974 eram mulheres no mesmo tipo de relação, com parceiras do mesmo sexo.

É muito importante a participação de todos, esse tipo de levantamento é crucial na busca pelos nossos direitos enquanto cidadãos.

A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), lançou uma campanha muito interessante em que alerta os LGBTs a aderirem ao censo, o slogan é: "IBGE... Se você for LGBT, diga que é!". Segundo Toni Reis, presidente da ABGLT, "quando os recenseadores baterem em sua porta e você for 'casado' com uma pessoa do mesmo sexo, diga que é. É importante que nós -  ativistas e governo - tenhamos dados concretos para construirmos políticas públicas", acrescentou. 

Confesso que estou ansioso para saber o resultado dessa pesquisa, acho que os políticos e a própria sociedade terá uma surpresa. Também será interessante para os LGBTs, isso nos dará a real dimensão da nossa representatividade, talvez a partir dai nós possamos nos unir mais, e quem sabe, sermos mais incisivos quando os assuntos forem políticas públicas com o objetivo de adquirir respeito e cidadania.