Proposition 8: O ódio em nome de Deus!

Por: Julio Marinho

O polêmico filme "8: A Proposição Mórmom", dirigido por Reed Cowan, analisa a campanha bem sucedida contra o casamento gay, na Califórnia. Campanha que foi fortemente financiada pela Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, que é implacávelvelmente contra a homossexualidade. O documentário tem um tom altamente emocional e é narrado por Dustin Lance Black, roteirista de "Milk", que, como Cowan, é gay e cresceu em uma família Mórmon.

O nível em que o dinheiro influencia a política, é sugerido pela passagem da Proposição 8, a emenda constitucional da Califórnia, promulgada em novembro de 2008, afirmando que "somente o casamento entre um homem e uma mulher, é válido ou reconhecido" no Estado. A proposição da Califórnia anulou a decisão da Suprema Corte, que dava aos casais do mesmo sexo, o direito constitucional de se casar.

Após a aprovação do referendo, o prefeito de São Francisco, Gavin Newsom, um defensor do casamento gay, declarou que estava perturbado pela Califórnia estar sendo o primeiro Estado no país, a ter negados direitos já conquistados, alterando assim sua constituição.

O filme faz um mergulho raivoso, descobre documentos e o rastro do dinheiro escondido em grande parte das contribuições Mórmons, que pagou por uma campanha de alta potência, para aprovar a Proposição 8. O filme mostra o envolvimento Mórmon, que de maneira persuasiva, acaba virando a votação para 52% a favor e 48% contra, isso nas últimas semanas.

Esse envolvimento foi escondido sob a fachada de uma coligação com os católicos e os evangélicos, chamada: Organização Nacional para o Casamento. Mórmons levantaram cerca de US $ 22 milhões para sua causa. Na semana final da campanha, diz o filme, US $ 3 milhões vieram de Utah. O dinheiro financiou de maneira sofisticada Blogs, Twitter e vídeos do YouYube, bem como assustadores e, de acordo com o filme, enganosos, anúncios de TV, além disso houve uma agressiva campanha porta-a-porta, cujos missionários, foram instruídos a não parecerem Mórmons.

O filme personaliza a questão com entrevistas com Tvler Barnek e Spencer Jones, um casal gay de origens Mórmon, que se casaram em São Francisco em junho de 2008 e ficaram desolados, por verem seu casamento deslegitimado.

O documentário, na verdade, é formado por dois filmes costurados. A primeira parte conta a história da Proposição 8, já a última parte, é uma exploração violenta dos efeitos da raivosa investida Mórmon, sobre a homossexualidade. A relatos de adolescentes gays, que foram exilados de suas famílias e informações sobre uma onde de suicídios, na Universidade de Brigham Young, que é uma universidade privada de propriedade da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Essa taxa de suicídio, inclusive, é a maior do Estado de Utah. O filme sugere que a causa da elevada taxa, é a rejeição absoluta da Igreja Mórmon a respeito da homossexualidade, já que segundo a Igreja, "é contrário ao plano de Deus". Chris Buttars, um orgulhoso homofóbico senador, pelo Estado de Utah, compara a homossexualidade a zoofilia. O filme mostra bem, o ódio baseado na religião, contra homossexuais.

Existem muitas questões diante dessa campanha anti-casamento gay, mas a primeira pergunta que me vem a cabeça é: PORQUE TANTO ÓDIO?

É impressionante o nível de ódio e intolerância, que esses religiosos têm contra os LGBTs, pior, gratuitamente. Só muito ódio pode justificar toda essa mobilização para derrubar uma medida, que em nada, eu disse NADA, iria prejudicar essas pessoas. São esses os ensinamentos que esses caras têm nas suas igrejas? É isso que está escrito, lá naquele livro que eles tanto prezam?

US $ 22 Milhões, já imaginaram a quantidade de pessoas, que poderiam ser ajudadas com esse dinheiro? Muita fome poderia ser saciada com essa grana, mas não, porque ajudar se eles podem atrapalhar?

Além de serem instigadores do ódio e da intolerância, eles ainda são covardes. Logo assim que a Proposição 8 foi aprovada, os Mórmons tomaram para si os créditos da vitória, mas diante da grande reclamação dos cidadãos LGBTs, eles recuaram e alegaram perseguição.  Além de crápulas são covardes!