Um arquiteto e um aposentado, após 27 anos de noivado, se casaram hoje na Argentina e entraram para a história como o primeiro casal legalizado de pessoas do mesmo sexo no país, desde que foi oficializada a lei que permite casamentos entre homossexuais em território argentino.
José Luis Navarro, de 54 anos, e Miguel Angel Calefato, de 65 anos, disseram o tradicional "sim" no registro civil da cidade de Frías, província de Santiago del Estero, no noroeste da Argentina. A lei que permite o casamento gay foi aprovada pelo Senado e sancionada pela presidente Cristina Kirchner.
"Os preconceitos são derrubados com o respeito", disse Navarro, ao diário local El Liberal. Navarro e Calefato ainda não aceitaram um presente de lua de mel que a Cidade do México prometeu ao primeiro casal gay que oficializasse sua união na Argentina, numa demonstração de apoio às reformas que legalizaram o casamento entre homossexuais na nação sul-americana.
"Os preconceitos são derrubados com o respeito", disse Navarro, ao diário local El Liberal. Navarro e Calefato ainda não aceitaram um presente de lua de mel que a Cidade do México prometeu ao primeiro casal gay que oficializasse sua união na Argentina, numa demonstração de apoio às reformas que legalizaram o casamento entre homossexuais na nação sul-americana.
"Isso me parece muito superficial para o que significa o acontecimento, pensar em se casar só para ganhar um prêmio", disse Navarro, segundo o El Liberal. "Além disso, não sabemos até que ponto esse prêmio é certo". A legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo converteu a Argentina no primeiro país da América Latina que reconhece esse tipo de união nacionalmente.
A Cidade do México também legalizou o casamento gay e foi a primeira da América Latina a fazê-lo. A "A Lei do Casamento Igualitário" na Argentina, pela qual foi reformado o Código Civil, foi aprovada pelo Senado em 15 de julho, após mais de 15 horas de acalorados debates.
A Argentina virou o primeiro país latino-americano que concede aos gays e lésbicas todos os direitos legais, responsabilidades e proteções que contempla aos casais heterossexuais, como a possibilidade de herdar bens e a adoção conjunta de crianças.
A Igreja Católica Romana na Argentina rechaçou a aprovação da lei e mobilizou os fiéis a rejeitá-la. Mesmo assim, em vários registros civis argentinos já existem pedidos de casamentos entre homossexuais.
Pouco depois do primeiro casamento em Santiago del Estero, a capital argentina assistiu ao seu primeiro casamento gay, entre o empresário artístico Alejandro Vanelli e o ator Ernesto Larrese. Pedidos de casamentos foram feitos em cartórios das províncias de Córdoba, Santa Fé e Mendoza.
O ator Ernesto Larresse e o representante Alejandro Vanelli se casaram em Buenos Aires depois de passarem mais de 30 anos juntos.
"Considero que essa é uma mudança para todos. Sinto que todos nós merecíamos essa lei... até as pessoas que pensavam que não era possível avançar neste país", disse Alejandro, em lágrimas.
"Espero que isso nos ajude a tratar dos temas a partir de outro lugar ", acrescentou.
A aprovação da lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo desatou uma polêmica na Argentina, especialmente porque permite também a adoção de crianças, e provocou uma forte reação da comunidade religiosa.
"À todas aquelas pessoas que têm medo, a todos os homofóbicos, não há nada a temer. Qualquer fobia se cura com amor, não tenham medo, o que vem é mais amor, mais liberdade, mais igualdade", disse Ernesto.
A Cidade do México é o único outro lugar na América Latina onde os homossexuais têm os mesmos direitos que casais heterossexuais para se casar e adotar filhos. O Uruguai permite que homossexuais adotem filhos, mas não se casar.
Mais uma vez parabéns a Argentina. Parabéns pela aula de cidadania e democracia, afinal de contas não é todo dia que vemos algo dessa magnitude acontecendo no mundo, principalmente numa região sempre tão questionada por sua postura conservadora. A aprovação dessa lei, nem chegou a ser algo tão complicado sob o aspecto legal, a complicação mesmo se deu devido ao antagonismo entre os LGBTs, que foram os beneficiados, e a igreja, que se opunha ferrenhamente a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo. O mais importante disso tudo, é que uma parcela da população argentina vai poder realizar um sonho. Por outro lado, essa lei em nada prejudica a outra parcela da população, nem mesmo a igreja. Uma lei que beneficiou uns, sem prejudicar os outros.
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